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Traficante mexicano é o novo inimigo público nº 1 de Chicago

O líder do Cartel de Sinaloa tomou o lugar do mafioso Al Capone que ocupava esse posto desde 1930


	Joaquin Guzman Loera: ele é o principal fornecedor de drogas em Chicago, que são distribuídas desta cidade para o resto dos Estados Unidos
 (GettyImages)

Joaquin Guzman Loera: ele é o principal fornecedor de drogas em Chicago, que são distribuídas desta cidade para o resto dos Estados Unidos (GettyImages)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 09h32.

Chicago - O mexicano Joaquín "El Chapo" Guzmán Loera, líder do Cartel de Sinaloa, é o novo "inimigo público número um" de Chicago, no lugar do mafioso Al Capone que ocupava esse posto desde 1930, anunciou nesta quinta-feira a Comissão do Crime da cidade americana.

"Nenhum criminoso merece este título mais do que Guzmán Loera, por seu poder nefasto e crueldade impiedosa", disse em entrevista coletiva o presidente da comissão, J.R. Davis.

"Comparado com "El Chapo", Al Capone parece um amador", acrescentou.

Davis, juntamente com Jack Riley, diretor em Chicago do Departamento Americano Antidrogas (DEA), destacou o anúncio como um "fato extraordinário" que não acontecia desde 1930, quando a comissão criou o título de "inimigo público número um" para Al Capone, o criminoso mais perigoso da época.

Davis disse que Guzmán Loera, atualmente foragido da Justiça e supostamente refugiado na zona rural da Sierra Madre no México, é o principal fornecedor de drogas em Chicago, que são distribuídas desta cidade para o resto dos Estados Unidos.

"Seus agentes trabalham na área de Chicago importando vastas quantidades de maconha, cocaína e metanfetaminas para vender aqui e em toda a região, recolhendo dezenas de milhões de dólares que são enviados por contrabando ao México", afirmou Davis.

Segundo o presidente da Comissão do Crime de Chicago, o poderoso traficante "suborna e assassina funcionários públicos e controla virtualmente cidades e estados no México, além de possuir conexões com América do Sul, Canadá, EUA, Áustria e outros 25 países".

Sob a liderança de "El Chapo", o Cartel de Sinaloa foi responsável por sequestros, torturas, assassinatos e mutilações na guerra contra outros grupos mexicanos de traficantes, segundo a comissão.

"Devido à violência associada com as gangues e o tráfico de drogas, podemos dizer que as impressões digitais de Guzmán Loera estão por trás de grande parte da violência que assola as ruas de nossa cidade", declarou Davis.


Riley, por sua parte, afirmou que Chicago foi identificada como o centro de distribuição de drogas do Cartel de Sinaloa, que tem sócios entre os 100 mil criminosos estimados na cidade e em seus subúrbios.

"Embora Chicago esteja a 1.500 milhas (2.400 quilômetros) do México, o cartel está tão incrustado na cidade que as autoridades policiais, locais e federais são obrigadas a atuar como se estivessem na fronteira", acrescentou.

Na opinião do diretor do DEA, as autoridades policiais desta cidade enfrentam grupos do crime organizado desde o começo de 1930, sendo o mais notório a máfia italiana.

"Mas por mais impiedosos que fossem Al Capone e a máfia, os traficantes mexicanos como o Cartel de Sinaloa não têm comparação", sustentou Riley.

"Se o crime organizado tradicional de Chicago enfrentasse hoje Guzmán e seu cartel, não seria uma briga. Em minha opinião, "El Chapo" é o novo Al Capone de Chicago", destacou.

Segundo Riley, a habilidade de Guzmán Loera para "corromper e punir" seus opositores, com o fornecimento de drogas e dinheiro sem fim, o torna "mais poderoso que o crime organizado da máfia italiana".

O diretor do DEA acrescentou que se "El Chapo" for detido no México poderia ser extraditado aos EUA e processado por um juiz federal junto com outros integrantes de seu grupo narcotraficante.

Um deles, Vicente Zambada Niebla, espera julgamento desde a sua extradição em março de 2010 por seu suposto trabalho como coordenador logístico das operações do cartel em Chicago.

Riley disse que criou uma força para combater o Cartel de Sinaloa em Chicago com agentes federais, estaduais e locais, e que nos próximos meses pode ter resultados.

"O calcanhar de Aquiles destes criminosos, o que pode tornar suas operações vulneráveis, é a associação entre gangues e traficantes. Com a prisão dos líderes do cartel e das gangues, poderíamos interromper suas operações e até capturar Joaquín Guzmán Loera, desmantelando o Cartel de Sinaloa", comentou.

Segundo o diretor do DEA, "isto é um maratona e não uma corrida de velocidade. É preciso muito esforço e planejamento". 

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