Grade de prisão aberta: o criminoso foi extraditado à Espanha e hoje aconteceu uma audiência judicial, em que lhe comunicaram as acusações e que permanecerá na prisão à espera de julgamento (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2013 às 14h16.
Madri - A Audiência Nacional da Espanha, um tribunal com jurisdição em todo território do país, ordenou nesta segunda-feira a prisão para o suposto traficante de drogas Carlos Ruiz Santamaría, conhecido como "El Negro", extraditado pelo Brasil após fugir da Espanha em 2001, onde é acusado de narcotráfico, informaram fontes judiciais.
"El Negro", de 44 anos e que figurava na lista dos 15 criminosos mais procurados pela justiça espanhola, foi localizado em fevereiro de 2009 em uma prisão de São Paulo com uma identidade falsa e onde estava detido há nove meses.
Segundo fontes jurídicas, o criminoso foi extraditado à Espanha e hoje aconteceu uma audiência judicial, em que lhe comunicaram as acusações e que permanecerá na prisão à espera de julgamento.
Ruiz Santamaría foi detido em 1999 na Espanha por agentes que o interceptaram com uma carga de 11 toneladas de droga, mas em dezembro de 2001, dias antes de seu julgamento, obteve a liberdade pagando uma fiança por motivos de saúde e fugiu.
Santamaría era um dos 38 acusados na "operação Temple" e a Promotoria Antidrogas espanhola pediu para ele 60 anos de prisão e uma multa de 414 milhões de euros ao considerá-lo o responsável na Espanha de uma organização de narcotraficantes colombianos dedicada ao transporte de grandes quantidades de cocaína para distribuição na Europa.
Após fugir da Espanha, o acusado esteve internado no Centro de Detenção Penitenciária de Pinheiros (São Paulo) desde o dia 2 de maio de 2008, quando foi preso por tráfico de drogas e apresentou uma identidade com o nome de Manoel Oliveira Ortiz, natural do estado de Minas Gerais.
Sua verdadeira identidade foi descoberta após a investigação das atividades ilegais de uma empresa que estava no nome de Manoel Oliveira Ortiz.
Além disso, durante um interrogatório os agentes brasileiros notaram que apesar de falar bem o português, o criminoso deixou escapar algumas palavras em espanhol, e ao perceber que havia sido descoberto admitiu que usava uma identidade falsa.
Os policiais cruzaram as informações obtidas no interrogatório com dados da Interpol e chegaram à conclusão que se tratava de Ruiz Santamaría, que na Espanha assegurou ser de nacionalidade mexicana, o que foi negado pelas autoridades do México.