Mundo

Trabalhistas vencem eleições gerais na Austrália

Os trabalhistas conseguirão 85 assentos dos 150 que o Parlamento possui, segundo as projeções da rede nacional ABC,

Trabalhistas vencem eleições gerais na Austrália (Brendon Thorne/Bloomberg)

Trabalhistas vencem eleições gerais na Austrália (Brendon Thorne/Bloomberg)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 3 de maio de 2025 às 15h00.

Os trabalhistas, liderados pelo atual primeiro-ministro, Anthony Albanese, ganharam as eleições após uma campanha centrada no poder aquisitivo e meio ambiente, e agitada pela guerra comercial lançada por Donald Trump.

Com a apuração ainda não concluída, o Partido Trabalhista de Albanese estava a caminho de uma confortável maioria no Parlamento, enquanto seu rival, o conservador Peter Dutton, à frente de uma coalizão de partidos, perdeu sua cadeira.

Segundo as projeções da rede nacional ABC, os trabalhistas conseguirão 85 assentos dos 150 que o Parlamento possui. A coalizão liderada por Dutton somaria 41, outros partidos, nove, e a atribuição de outros 15 assentos ainda não está clara.

Os eleitores foram convocados a escolher entre esses dois veteranos da vida política nacional, elegendo os componentes da nova Câmara Baixa e renovando aproximadamente a metade do Senado.

Albanese, de 62 anos, primeiro-ministro desde a vitória surpreendente nas eleições de 2022, prometeu desenvolver as energias renováveis, combater a crise da moradia e aumentar o financiamento do sistema de saúde.

"Obrigado ao povo da Austrália pela oportunidade de continuar servindo ao melhor país do mundo", disse Albanese à multidão em uma festa de campanha em Sidney.

"Nesta época de incerteza global, os australianos escolheram o otimismo e a determinação", acrescentou.

Seu rival, Peter Dutton, um ex-policial da brigada de narcóticos de 54 anos, fez campanha para reduzir a imigração, combater o crime e suspender a proibição de desenvolver energia nuclear civil na Austrália.

Dutton disse que ligou para Albanese "para parabenizá-lo pelo seu sucesso".

"Não fomos o suficientemente bem nesta campanha, isso é óbvio nesta noite, e aceito toda a responsabilidade

Efeito Trump

A campanha eleitoral foi sacudida desde os primeiros dias pela ofensiva comercial do presidente americano, Donald Trump.

A Austrália, aliado histórico dos Estados Unidos, está sujeita a taxações americanas de 10% sobre grande parte de seus produtos.

Algumas pesquisas realizadas antes das eleições indicam que o apoio aos conservadores diminuiu devido às políticas de Trump, qualificado de "grande pensador" por Dutton.

"Quero dizer, Donald Trump está louco como uma cabra, e todos nós sabemos disso", comentou Alan Whitman, um australiano de 59 anos, antes de votar neste sábado. "E temos que ter cuidado com isso", acrescentou.

Na Austrália, o voto é obrigatório e não exercer esse direito pode acarretar em uma multa de 20 dólares australianos (73 reais) fazendo com que a participação chegasse aos 90%.

Albanese condenou, por sua vez, as tarifas americanas, considerando-as um ato de "autodestruição econômica" e um "gesto indigno por parte de um país amigo".

A economia preocupa os eleitores, e muitos lares australianos se viram afetados pela inflação dos alimentos, da eletricidade e do combustível.

Do exterior, começaram a chegar reações aos resultados eleitorais.

O chefe da diplomacia americana, Marco Rubio, afirmou que Washington "espera aprofundar sua relação com a Austrália para avançar em nossos interesses comuns e promover a liberdade e a estabilidade do indo-pacífico e globalmente".

Uma mensagem similar veio da presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, e do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que afirmou estar disposto a "avançar em nossa visão compartilhada pela paz, estabilidade e prosperidade no indo-pacífico".

O presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que Kiev "valoriza o apoio inabalável da Austrália e sua postura de princípios para terminar a guerra com a Rússia".

Acompanhe tudo sobre:AustráliaEleiçõesDonald Trump

Mais de Mundo

Presidente do Senado rompe com Morales e lança candidatura na Bolívia

Sheinbaum diz que rejeitou oferta de Trump de enviar militares dos EUA ao México

Partido no poder tem vitória ampla em Singapura

Israel ordena mobilização de milhares de reservistas, diz imprensa