Boris Johnson: primeiro-ministro tem dito que pode comandar um Brexit sem acordo (Henry Nicholls/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 15 de agosto de 2019 às 10h03.
Última atualização em 15 de agosto de 2019 às 10h08.
Londres — O Partido Trabalhista, que faz oposição ao governo britânico, prometeu convocar uma votação de desconfiança contra o governo de Boris Johnson assim que acreditar ter os votos suficientes para aprová-la e buscará formar um governo provisório sob o líder Jeremy Corbyn para adiar o Brexit.
Johnson, que assumiu recentemente como primeiro-ministro, promete retirar o Reino Unido da União Europeia até dia 31 de outubro com ou sem um acordo, estabelecendo o cenário para um confronto aberto no Parlamento, onde os membros discordam sobre o divórcio sem um acordo de transição.
Em uma carta a líderes partidários e a outros políticos influentes, Corbyn disse que seu "governo temporário limitado estritamente por tempo" atrasaria a saída do Reino Unido da União Europeia para além do dia 31 de outubro e realizaria eleições gerais.
Corbyn afirmou que os trabalhistas fariam campanha nas eleições para promover um segundo referendo sobre os termos do Brexit, incluindo uma opção sobre se o país deveria continuar no bloco três anos depois de ter escolhido sair.
"Esse governo não tem autoridade para sair sem acordo, e o referendo de 2016 não disponibilizou a autoridade para sair sem acordo", disse Corbyn na carta para outros líderes de partidos de oposição e para outros importantes líderes políticos interpartidários.
"Eu, portanto, tenho a intenção de promover uma votação de desconfiança na primeira oportunidade possível em que estejamos confiantes do sucesso."
Johnson, que liderou a campanha de 2016 para sair da UE, ancorou sua liderança como primeiro-ministro na promessa de retirar o Reino Unido no dia 31 de outubro, levando políticos de todos os lados a tentarem impedir a iniciativa.