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Paralisados desde setembro, trabalhadores da Boeing rejeitam acordo e prorrogam greve, diz sindicato

Empresa não se comprometeu a restaurar plano de previdência solicitado pelos funcionários

Pessoas seguram cartazes durante um comício de greve da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM) no Seattle Union Hall em Seattle, Washington, em 15 de outubro de 2024 (Jason Redmond/AFP)

Pessoas seguram cartazes durante um comício de greve da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM) no Seattle Union Hall em Seattle, Washington, em 15 de outubro de 2024 (Jason Redmond/AFP)

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Agência o Globo
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Publicado em 24 de outubro de 2024 às 07h04.

Última atualização em 24 de outubro de 2024 às 07h04.

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Os 33 mil trabalhadores da Boeing na região de Seattle, nos EUA, rejeitaram categoricamente a última oferta de contrato da empresa, nesta quarta-feira, prorrogando a greve que já dura quase seis semanas.

Quase dois terços dos membros da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais do Distrito 751, ou 64% do total, rejeitaram o contrato, informou o sindicato no perfil do X. A última oferta da Boeing incluía um aumento salarial de 35%, mas não restaurou o plano de previdência solicitado por muitos funcionários.

O acordo rejeitado teria aumentado os custos trabalhistas da Boeing em mais de US$ 1 bilhão por ano, de acordo com a análise de Seth Seifman, analista aeroespacial do JPMorgan Chase ouvido pela CNN.

Os trabalhadores vinculados ao sindicato estão em greve desde 13 de setembro, quando os funcionários também rejeitaram, por maioria, uma proposta da Boeing para um novo contrato de quatro anos, que substituiria o acordo anterior, prestes a expirar.

"Após 10 anos de sacrifícios, ainda temos terreno a recuperar, e esperamos fazê-lo retomando as negociações com prontidão", afirmou Jon Holden, presidente do sindicato de Seattle, em um comunicado.

"Isso é democracia no local de trabalho e também uma prova clara de que há consequências quando uma empresa maltrata seus trabalhadores ano após ano", disse ele.

"Dez anos de reprimendas aos trabalhadores não podem ser desfeitas de maneira rápida ou fácil, mas continuaremos negociando de boa-fé até conseguirmos conquistas que os funcionários sintam que compensam adequadamente o que a empresa lhes tirou no passado", acrescentou.

A prolongação da greve se soma aos problemas enfrentados pela Boeing e por seu novo diretor executivo, Kelly Ortberg, que na quarta-feira expressou um moderado otimismo sobre a ratificação deste último contrato.

Boeing anuncia que vai cortar 17 mil empregos no mundo todo nos próximos meses

"Temos trabalhado intensamente para encontrar uma solução que funcione para a empresa e atenda às necessidades de nossos funcionários", afirmou Ortberg em uma mensagem aos funcionários que acompanhava os resultados do terceiro trimestre.

A Boeing registrou perdas de US$ 6,2 bilhões, em parte devido aos custos adicionais relacionados à greve e aos problemas de seu conturbado negócio espacial e de defesa.

A gigante da aviação também tem estado sob o escrutínio dos órgãos reguladores devido a problemas de segurança.

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