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TPI condena Lubanga a 14 anos de prisão por recrutar crianças

O Tribunal Penal Internacional já considerava o ex-líder rebelde culpado em março ao concluir que ele era o responsável pelo alistamento de menores de 15 anos

Condenado pela TPI: Lubanga recrutou crianças-soldado entre 2002 e 2003 na República Democrática do Congo (Jerry Lampen/ANP/Reuters)

Condenado pela TPI: Lubanga recrutou crianças-soldado entre 2002 e 2003 na República Democrática do Congo (Jerry Lampen/ANP/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2012 às 07h07.

Bruxelas - O Tribunal Penal Internacional (TPI) condenou nesta terça-feira o ex-líder rebelde congolês Thomas Lubanga a 14 anos de prisão por recrutar crianças-soldado entre 2002 e 2003 na República Democrática do Congo.

Dessa pena se deduzirá o tempo que Lubanga passou em prisão provisória desde 2006.

Os magistrados já haviam declarado o ex-líder rebelde culpado em março passado ao concluir que ele era o responsável pelo alistamento de menores de 15 anos em um conflito armado.

Em junho passado, a Promotoria pedira a pena máxima de 30 anos de prisão, uma vez que o recrutamento de crianças-soldado "é um dos crimes de lesa-humanidade mais sérios".

O juiz Adrian Fulford precisou, durante uma audiência pública realizada em Haia, que os magistrados decidiram levar em conta como atenuante a cooperação constante de Lubanga com o Tribunal apesar de o comportamento da Promotoria o submeter a uma grande pressão.

Trata-se da primeira condenação da história ditada pelo TPI, que demorou quase dez anos para resolver o caso.

A defesa do ex-líder rebelde congolês terá agora a possibilidade de recorrer tanto do veredicto como da pena imposta.

Segundo ficou demonstrado durante o processo, as forças dirigidas por Lubanga recrutavam meninos e meninas para que interviessem "ativamente" em "hostilidades", os alistavam em suas fileiras e os obrigavam a realizar tarefas domésticas, a lutar e a atuar como guardas pessoais de segurança.

As meninas eram transformadas em "escravas sexuais" dos comandantes, mas os juízes decidiram não incluir este aspecto na acusação para, entre outros motivos, agilizar o processo.

As crianças pertenciam à etnia hema na região de Ituri (sudeste da RDC) e eram recrutadas para participar do conflito armado local entre essa etnia e a lendu, que disputavam o controle das minas de ouro na zona.

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