Lixo invade a calçada em Sevilha: após oito dias de greve, ambas as partes ainda não sentaram para negociar e o lixo acumulado nas ruas atinge 4.621 toneladas (AFP/ Jorge Guerrero)
Da Redação
Publicado em 4 de fevereiro de 2013 às 17h37.
Sevilha - Cerca de 5.000 toneladas de lixo se acumulam na cidade espanhola de Sevilha desde que o serviço municipal de limpeza iniciou uma greve, há oito dias, para protestar contra as reduções de salários.
Montanhas de cerca de dois metros de altura de sacos de lixo, papelão e restos de comida se acumulam nas ruas desta cidade do sul da Espanha de 700.000 habitantes, impedindo inclusive em alguns casos a circulação de veículos e pedestres.
A Prefeitura de Sevilha anunciou no domingo que deixará os cidadãos isentos do pagamento da taxa de coleta de lixo enquanto durar a greve, que ainda não está provocando riscos à saúde da população, segundo uma porta-voz municipal.
"Temos sorte de que faz frio, e o cheiro não é insuportável. Se vier uma onda de calor, será um inferno. Mas hoje é possível ver o mau estado das ruas apesar de ainda não haver pestilência", explicou à AFP Francisco Velasco, secretário da federação local de associações de bairro de Sevilha.
Após oito dias de greve, ambas as partes ainda não sentaram para negociar e o lixo acumulado nas ruas atinge 4.621 toneladas, de acordo com a prefeitura, mas, para os trabalhadores, já supera as 5.000 toneladas.
A porta-voz da prefeitura ressaltou que é necessária "uma redução salarial direta" para tornar "mais viável e eficiente a empresa".
"Eles querem que seja aplicado 5% de corte no salário quando o acordo fala de gastos de pessoal", protestou à AFP Antonio Bazo, porta-voz do comitê da empresa, que pede um corte salarial menor.
E ainda foram queimados 100 contêineres nestes dias, em ações que teriam sido cometidas por quatro trabalhadores identificados pela polícia, informou a porta-voz municipal.
"Não parece que nenhum funcionário de limpeza tenha sido identificado", explicou Bazo, apesar de apontar que os sindicatos não se responsabilizam por atos violentos, pois incentivam "uma greve de reivindicação, mas não violenta".