Mali: os terroristas chegaram em mais de 40 veículos do tipo pick-up, que rodearam o Quartel de Nampala (Philippe Desmazes / AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de julho de 2016 às 14h41.
Bamaco - Pelo menos 20 pessoas morreram nos sangrentos ataques registrados na última madrugada quando um grupo jihadista do Mali tomou o controle das cidades de Nampala e Léré, no centro do país, e expulsaram os soldados das Forças Armadas do Mali (FAMa).
Os 20 mortos, mais os 30 feridos, pertencem a dois grupos, e teme-se que este total de vítimas possa aumentar, segundo informaram à Agência Efe fontes policiais, enquanto o governo, que confirmou o ataque, ainda não forneceu números.
O ataque aconteceu perto das 5h (2h em Brasília), primeiro contra o Quartel de Nampala, perto da fronteira com a Mauritânia, e posteriormente contra outras posições militares vizinhas.
Esta região é muito conhecida porque nela abundam os simpatizantes dos grupos salafistas (movimento ortodoxo ultraconservador do islamismo sunita), especialmente entre os meninos "talibes", alunos das várias escolas da região, seguidores dos líderes locais Amadou Koufa e Iyad ag Ghaly, um dos jihadistas mais famosos em toda o Sahel, uma das áreas mais pobres do planeta.
Os terroristas chegaram em mais de 40 veículos do tipo pick-up, que rodearam o Quartel de Nampala e o submeteram a uma chuva de tiros durante duas horas, antes de os militares se darem por vencidos e recuarem para à cidade de Diabaly.
Depois, eles tomaram o controle do quartel e de todo o arsenal de armas, incluindo dez veículos militares, e fincaram as bandeiras jihadistas nos muros.
As fontes disseram que, além de Nampala, os jihadistas se apoderaram da cidade de Léré, embora tenham sido expulsos horas depois com reforços vindos desde Niafunké, na região de Timbuktu.
O governo anunciou o envio de reforços para Nampala, enquanto as ambulâncias militares recolhiam corpos, pois os jihadistas tinham feito uma emboscada aos soldados em sua primeira fuga.
Não é a primeira vez que os grupos jihadistas do Mali demonstram sua força com ataques a quartéis dos quais conseguem se apoderar por algumas horas, antes de fugirem com armas e apetrechos na vasta zona desértica do norte do país.