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Tibetanos acolhem sem surpresa renúncia de Dalai Lama

Apesar de não exercer mais o poder político, Dalai Lama deve continuar como líder religioso

Dalai Lama: grupos de defesa da independência do Tibete querem eleições (Arquivo/Getty Images)

Dalai Lama: grupos de defesa da independência do Tibete querem eleições (Arquivo/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2011 às 10h41.

Pequim - Os tibetanos da região autônoma chinesa receberam sem surpresa o anúncio desta quinta-feira do Dalai Lama, a autoridade exilada na Índia desde 1959, de renunciar a seu cargo de chefe de um Governo não reconhecido por Pequim.

"O anúncio não é nenhuma surpresa. Faz tempo que ele havia avisado de sua retirada da vida política", afirmou à Agência Efe por telefone a poetisa Tsering Woeser, de ascendência tibetana e chinesa e que foi perseguida pelo regime de Pequim por ser simpatizante do conhecido líder budista.

A poetisa, nascida em 1966, acrescentou que o Dalai Lama continua sendo o líder religioso. "Nesse sentido ele nunca se retirará. A combinação da liderança política e religiosa no Tibete é uma tradição de mais de 500 anos".

Por outro lado, grupos de defesa da independência do Tibete expressaram seu apoio ao processo político aberto pelo Dalai Lama e destacaram a importância religiosa do monge entre seu povo.

"Ninguém pode disputar a relevância que o Dalai Lama tem como líder natural do povo tibetano", assinalou Tsering Jampa, diretora para a Europa da Campanha Internacional pelo Tibete, em comunicado no qual lembra que havia anunciado, "já na década de 1960", seu desejo de que os tibetanos elegessem um líder.

"Mas agora vamos ver como o Parlamento tibetano no exílio responde a um passo significativo para o processo democrático do povo tibetano", acrescentou a fonte.

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