Mundo

Theresa May viaja a Bruxelas para reta final da negociação do Brexit

Antes de viajar, May afirmou que um voto negativo do Parlamento sobre o Brexit pode significar a permanência na UE ou uma saída incerta

May: o Reino Unido deve deixar a UE em março de 2019 (Yves Herman/Reuters)

May: o Reino Unido deve deixar a UE em março de 2019 (Yves Herman/Reuters)

A

AFP

Publicado em 21 de novembro de 2018 às 15h55.

A primeira-ministra britânica, Theresa May, em meio à batalha para aprovar o acordo de separação com a União Europeia (UE), chegou nesta quarta-feira a Bruxelas para a reta final da negociações, a cerca de quatro meses do Brexit.

Antes de viajar para a capital belga, May disse ao seu Parlamento que um voto negativo a um acordo sobre o Brexit poderia significar um divórcio com "mais incerteza, mais divisão", ou que a Grã-Bretanha poderia acabar continuando na UE, com seus 27 parceiros.

May emitiu um alerta para o setor eurocético do seu Partido Conservador, que expressou consternação na quarta-feira passada sobre a solução encontrada entre Londres e Bruxelas no acordo de divórcio para evitar uma fronteira na ilha da Irlanda.

O projeto de Acordo de Retirada, que encontrou nos últimos dias um novo obstáculo às pretensões espanholas sobre Gibraltar, será "aprovado apesar do que se diz", afirmou nesta manhã, a ministra britânica do Trabalho, Amber Rudd.

A mandatária se reunirá na sede da Comissão Europeia com o seu presidente, Jean-Claude Juncker, para um "chá da tarde", nas palavras da porta-voz deste último, Margaritis Schinas.

Os dois líderes vão dialogar sobre a declaração política que deve determinar o futuro relacionamento em ambos os lados do Canal da Mancha, um documento em discussão e que, se encerrado, concluirá 17 meses de negociações.

Este documento não vinculativo acompanhará o acordo de separação entre a UE e o Reino Unido após mais de quatro décadas de adesão e estabelecerá as principais linhas de um eventual acordo de livre-comércio que ambas as partes começarão a negociar após o Brexit.

Transição, pesca, Gibraltar

A saída dos britânicos está prevista para 29 de março. Contudo, a ruptura definitiva se daria após um período de transição previsto inicialmente até 31 de dezembro de 2020.

Durante este período, em que o Reino Unido continuará na união aduaneira e no mercado único europeu e respeitará as regras da UE, sem direito de fala ou voto, Londres e Bruxelas devem encerrar os seus futuros acordos comerciais, políticos e de segurança.

Uma das incógnitas sobre o futuro é até que data esse período transitório pode ser estendido. O negociador europeu, Michel Barnier, estava aberto à possibilidade de ampliá-lo por mais dois anos, segundo fontes europeias.

Outra questão em aberto, que deve aparecer refletida na declaração política sobre a futura relação, é como tentar garantir o acesso da frota de pesca europeia às águas territoriais do Reino Unido ao final do período de transição.

Depois de resolver a questão irlandesa, com a criação de um "território aduaneiro único" entre a Grã-Bretanha e a UE enquanto uma solução melhor não for alcançada, Gibraltar tornou-se um último empecilho.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, ameaçou não apoiar o acordo de divórcio na cúpula extraordinária agendada no domingo, em Bruxelas, para formalizá-lo, caso o texto não garanta claramente o direito de veto da Espanha sobre Gibraltar.

Acompanhe tudo sobre:BrexitReino UnidoTheresa MayUnião Europeia

Mais de Mundo

Chefe da Otan se reuniu com Donald Trump nos EUA

Eleições no Uruguai: 5 curiosidades sobre o país que vai às urnas no domingo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique