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"The Economist" diz que problema de energia no Brasil vai se agravar

Revista ironiza ministro por evitar o termo apagão em relação aos cortes de energia

No twitter, internautas postaram fotos durante o apagão no Nordeste (Twitter/Reprodução)

No twitter, internautas postaram fotos durante o apagão no Nordeste (Twitter/Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 11 de fevereiro de 2011 às 11h19.

São Paulo - A edição da revista britânica The Economist que chega às bancas nesta sexta-feira traz reportagem irônica sobre a reação do ministro Edison Lobão aos cortes de energia que deixaram no escuro sete estados do Nordeste no dia 4 de fevereiro e 2,5 milhões de pessoas em São Paulo no dia 8.

Segundo a reportagem, que traz o título Don´t mention de B-word ("Não diga aquela palavra que começa com A", em tradução livre), Lobão está guardando a palavra ‘apagão’ para momentos mais graves que acontecerão nos próximos meses. E afirma que os brasileiros devem começar a se acostumar às ‘interrupções temporárias’ todas as vezes que ligarem os aparelhos de ar-condicionado.

Segundo a revista, o país teve 91 blecautes de grandes proporções em 2010, contra 48 em 2008, e as pequenas interrupções temporárias estão se tornando rotina em cidades de médio porte.

Para fundamentar a afirmação de que o país está prestes a enfrentar um racionamento, a publicação lembra que a demanda por energia cresceu 7,8% no último ano. E que os estudos do próprio governo apontam para um crescimento médio de 5% da demanda nos próximos anos.

Os investimentos anunciados pelo governo para suportar esse crescimento, de 214 bilhões de reais, também são questionados na reportagem. Segundo a The Economist, a maior parte do dinheiro está aplicado na construção da hidrelétrica de Belo Monte, que enfrenta atrasos por causa do impacto ambiental e, se não bastasse isso, vai aprofundar a dependência do país do regime de chuvas para manter o fornecimento.

Citando dados do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), a revista afirma que, em média, o preço da energia no Brasil é dois terços mais caro que nos Estados Unidos. E que deve crescer ainda mais com a opção por hidrelétricas na Amazônia, que vão exigir grandes investimentos em linhas de distribuição pelo país.
 

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