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Texas suspende execução por suspeitas de armação policial

O tribunal concordou em dar mais tempo para a defesa de Reed, um afro-americano de 47 anos, condenado por assassinato


	Pena de morte: agora todos os olhares estão voltados para o ex-companheiro de Stacey, Jimmy Fennell, um policial com histórico violento
 (Yoav Lemmer)

Pena de morte: agora todos os olhares estão voltados para o ex-companheiro de Stacey, Jimmy Fennell, um policial com histórico violento (Yoav Lemmer)

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Da Redação

Publicado em 24 de fevereiro de 2015 às 06h54.

Austin - O Tribunal de Apelações Criminais do Texas, nos Estados Unidos, suspendeu nesta segunda-feira a execução, que estava prevista para o próximo 5 de março, de Rodney Reed, condenado à morte pelo assassinato de uma mulher em 1996, após as suspeitas que apontam para uma armação policial.

Seis dos nove magistrados que integram o tribunal concordaram em dar mais tempo para a defesa de Reed, um afro-americano de 47 anos, para que apresente novas provas que eventualmente possam comprovar sua inocência.

O advogado de Reed, Bryce Benjet, se mostrou "extremamente aliviado" pela decisão judicial e confiante que exames de DNA "possam provar quem cometeu o crime".

Reed foi declarado culpado em 1998 pelo assassinato de Stacey Stites, de 19 anos, ocorrido dois anos antes, a quem supostamente violentou, estrangulou e cujo corpo deixou abandonado em uma vala.

A condenação se baseou em resíduos de sêmen encontrados no corpo da jovem e nas perícias e depoimentos dos médicos legistas.

Reed, que no início negou que conhecia Stacey, confessou no julgamento que ambos mantinham uma relação secreta, já que ela estava comprometida com um oficial do Departamento de Polícia de Giddins, com quem já vivia.

Reed também negou a acusação contra si, mas o júri não o considerou inocente.

Agora todos os olhares estão voltados para o ex-companheiro de Stacey, Jimmy Fennell, um policial com histórico violento que foi expulso da corporação após ser condenado a dez anos de prisão por estuprar uma mulher, Connie Lear, que mantinha sob sua custódia em 2008.

De acordo com a sentença, Fennell e outros agentes intervieram em uma briga entre Connie e seu namorado. Os policiais levaram o homem, mas Fennell permaneceu no local e se aproveitou da situação para violentar a mulher e a ameaça-la de morte com uma pistola se resolvesse denunciá-lo.

Apesar da ameaça, Connie prestou queixa contra o ex-policial, que foi finalmente condenado.

A repercussão do caso fez com que outras mulheres denunciassem que também tinham sofrido abusos por parte do mesmo policial.

Além disso, o advogado de Reed trouxe à tona um histórico violento da carreira policial de Fennell, com diversos episódios turvos que foram omitidos de forma deliberada durante o julgamento.

A defesa pretende demonstrar que Fennell matou Stacey na noite de 22 de abril em sua casa e que, com a ajuda de um cúmplice - aparentemente outro policial -, transferiu o corpo e o abandonou em uma vala a 35 quilômetros do local do crime, onde foi encontrado na manhã seguinte.

De acordo com alguns indícios, Fennell tinha conhecimento da relação entre Stacey e Reed, pois uma vez o ex-policial abordou o homem na rua e lhe disse que "pagaria por isso".

Não é só a defesa de Reed que acredita em sua inocência, mas parte da família de Stacey também considera Fennell como culpado pelo assassinato. "Sei que foi ele", afirmou em recente entrevista Judy Mitchell, uma prima da jovem. 

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