Ataque: "Não posso acreditar que isso voltou a acontecer" (Fabrizio Bensch/Reuters)
AFP
Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 17h05.
Última atualização em 20 de dezembro de 2016 às 17h06.
Um gigantesco caminhão avançou como um fantasma e atropelou as pessoas na rua, espalhando sangue, afirmaram testemunhas do atentado contra uma feira natalina de Berlim.
Seguem os testemunhos recolhidos por diversos veículos da imprensa internacional:
- Lana Sefovac, bósnio residente em Berlim. Ele estava na entrada da feira no momento do ataque: "Estávamos em um posto porque queríamos comprar algo para comer. Tivemos sorte porque, se não tivéssemos sentido fome, estaríamos no local e seríamos vítimas", disse Sfovac à televisão bósnia.
"Logo ouvi um barulho forte e quando me virei vi madeira voando por todas as partes porque havia atingido a primeira barraca do mercado", acrescentou.
"O caminhão avançava em direção a nós, mas se desviou. Passou a 20 centímetros de minha mãe, que caiu no chão", disse.
- Rhys Meredith, turista britânico de Cardif. Também foi salvo pela fome, contou à BBC: "Estávamos desfrutando de um lindo passeio e paramos para comprar comida. Se tivéssemos continuado caminhando teríamos estado no lugar do atentado e não estaríamos falando", disse Meredith.
- Carima Douch, belga funcionária da polícia no aeroporto de Bruxelas-Zavente, que socorreu várias vítimas do atentado de 22 de março, disse à AFP que voltou a ver cenas de horror: "Não posso acreditar que isso voltou a acontecer, não posso descrever o que sinto. Eu queria ajudar, mas não é meu país e não estou em serviço", explicou.
- Wael Adnan, um sírio de 28 anos, originário de Aleppo, residente na Alemanha há três meses, declarou ao jornal sueco Aftonbladet:
"Era como um caminhão fantasma. Atravessou a multidão como uma faca que corta uma torta".
- Trisha O'Neill, australiana, entrevistada pelo canal de televisão Broadcasting Corporation:
"Vi um gigantesco caminhão que se lançou contra o mercado e atropelou muita gente, depois todas as luzes se apagaram e tudo ficou destruído". "Havia sangue e corpos por todas as partes, inclusive de crianças e idosos".
- Sabrina Glinz, americana, entrevistada pelo canal britânico Sky News: "O caminhão chegou à abertura do mercado, quando havia mais gente, e simplesmente se lançou através das barraquinhas de madeira", disse. "As ambulâncias não paravam de levar as pessoas, parecia que não ia acabar nunca", acrescentou.
- Mike Fox, um turista britânico de Birmingham, entrevistado pela BBC: "Nós estávamos indo embora quando o caminhão chegou. Passou a três metros de mim e a cinco de minha amiga. Vi um rapaz com o rosto ensanguentado. Com outras pessoas levantamos um stand para soltar duas pessoas que haviam ficado presas".
- Azza e Firas, estudantes tunisianas que vivem em Berlim: "Chegamos logo depois e havia uma multidão no chão. Já não me sinto seguro aqui", disse Azza à AFP.