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Testemunha relata horror do ataque ao jornal francês

Um dos raros sobreviventes do ataque em Paris contra a sede do jornal satírico Charlie Hebdo relata o que viu durante massacre que matou 12 pessoas

Pessoas seguram cartazes durante ato na Praça da República, em Paris (Bertrand Guay/AFP)

Pessoas seguram cartazes durante ato na Praça da República, em Paris (Bertrand Guay/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2015 às 22h51.

Paris - "Ainda me pergunto como escapei", disse nesta quinta-feira um dos raros sobreviventes do ataque em Paris contra a sede do jornal satírico Charlie Hebdo, que se salvou do massacre entrando debaixo de uma mesa.

Repórter do jornal, Laurent Léger participava da reunião de pauta, na quarta-feira, quando dois homens armados com fuzis de assalto entraram no Charlie Hebdo, onde executaram 12 pessoas.

"Eles atiraram a esmo, simplesmente", disse Léger à Rádio France Info, desmentindo a informação de que os dois atiradores perguntaram os nomes das pessoas antes de disparar.

"Vi um homem encapuzado, e depois muito sangue... Vi a metade da redação caída. Ainda me pergunto como consegui escapar... Foi um horror".

Entre os doze mortos estão os chargistas Charb, Wolinski, Cabu, Tignous e Honoré, e o jornalista especializado em economia Bernard Maris.

"Estávamos no final da reunião de pauta e de repente ocorreram pequenas detonações, depois a porta se abriu em um homem entrou gritando 'Allah Akbar' (Alá é grande)", contou Léger.

"Parecia um agente do GIGN ou do Raid (unidades de elite da polícia), encapuzado, todo de preto, e com uma arma que segurava com as duas mãos. Então começou a atirar, depois veio o cheiro de pólvora... Me joguei debaixo da mesa e consegui escapar da sua visão, e os colegas do jornal caíram".

"Tudo aconteceu muito rápido (...). Vi os outros no chão, o barulho dos tiros e depois veio o silêncio. Corremos em direção aos feridos e segurei a mão do nosso webmaster", que estava em estado muito grave.

Os integrantes do jornal, especialmente seu diretor, Stéphane Charbonnier ("Charb"), sabiam da ameaça terrorista desde a publicação, em 2006, das caricaturas do profeta Maomé. "Charb se sentia mais ameaçado que os demais...", revelou Léger, que está determinado a publicar uma nova edição do jornal na próxima semana. "Vamos fazer qualquer coisa. Isto é importante".

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