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Tesouro da Argentina decide intervir no mercado de câmbio após novo recorde do dólar

Nesta terça-feira, o preço da moeda americana abriu sem alterações no estatal Banco de la Nación

EFE
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Agência de Notícias

Publicado em 2 de setembro de 2025 às 14h44.

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O governo de Javier Milei anunciou que o Tesouro nacional intervirá a partir desta terça-feira, 2, no mercado de câmbio, onde o preço do dólar atingiu níveis recordes devido à crescente demanda por divisas impulsionada pelo clima de incerteza política e econômica.

"O Tesouro Nacional anuncia que a partir de hoje participará no mercado livre de câmbio a fim de contribuir para sua liquidez e normal funcionamento", afirmou o secretário de Finanças argentino, Pablo Quirno, na rede social X.

O Executivo do ultraliberal Milei tomou essa decisão depois que, nesta segunda-feira, o valor do dólar no mercado oficial fechou em um novo recorde de 1.385 pesos para a venda ao público.

Nesta terça-feira, o preço da moeda americana abriu sem alterações no estatal Banco de la Nación.

Com esse valor, o preço do dólar acumulou um aumento de 33,5% desde 14 de abril, quando, após fechar um acordo milionário com o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Argentina flexibilizou as restrições de acesso a divisas e implementou um novo esquema de câmbio.

De acordo com esse regime, a taxa de câmbio flutua sem intervenção do Banco Central enquanto estiver dentro de uma faixa, que atualmente está entre 951 e 1.471 pesos por dólar.

O esquema, acordado com o FMI em abril, permite que o Banco Central compre dólares sempre que a taxa de câmbio operar abaixo do valor inferior da faixa ou venda dólares quando a cotação superar o valor superior da mesma.

Dentro da faixa, o governo se comprometeu - no acordo com o Fundo - a promover a flutuação livre da taxa de câmbio, embora dando a possibilidade ao Banco Central de comprar dólares para acumular reservas ou de vendê-los para atenuar uma eventual volatilidade incomum.

No caso da decisão anunciada nesta terça-feira, a intervenção será do Tesouro e não do Banco Central.

Até o momento, a equipe econômica não deu mais detalhes sobre a magnitude das intervenções.

O preço do dólar está em alta por múltiplos fatores que estimulam a demanda por divisas, entre eles as dúvidas dos investidores sobre a política monetária e cambial do governo de Milei, a capacidade do Tesouro de refinanciar os vultosos vencimentos da dívida e o andamento da atividade econômica, que parece estar esfriando.

A demanda por dólares para cobertura também cresce à medida que se aproximam as eleições legislativas na província de Buenos Aires, no próximo domingo, e as eleições legislativas nacionais, em 26 de outubro, um teste desafiador para o governo, no qual o eleitorado expressará seu nível de adesão às políticas de Milei e determinará o futuro do governo no Parlamento, onde hoje é minoritário.

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