Presidente sírio Bashar al-Assad, em entrevista à canal russo: Damasco apresentou à ONU uma lista que inclui todas suas armas químicas e fábricas de produção (RU24 via Reuters TV)
Da Redação
Publicado em 23 de setembro de 2013 às 14h03.
Pequim - O presidente sírio, Bashar al-Assad, afirmou que seu regime permitirá o acesso dos especialistas internacionais a seus arsenais de armas químicas, mas advertiu que possíveis "terroristas" podem impedir o acesso a esses lugares.
Em entrevista concedida à televisão estatal chinesa "CFTV" e divulgada nesta segunda, Assad assegurou que seu país está comprometido a cumprir o acordo alcançado há dez dias entre EUA e Rússia para a destruição dos arsenais químicos sírios, que inclui a supervisão destas armas por parte de inspetores internacionais.
No entanto, Assad disse que embora seu governo esteja disposto a permitir o acesso, outros podem tentar impedi-lo. "Sabemos que esses terroristas obedecem as ordens de outros países, e esses países podem instigar o bloqueio do trabalho dos inspetores e jogar a culpa no Governo sírio".
Damasco apresentou na semana passada à ONU uma lista que inclui todas suas armas químicas e fábricas de produção, para que fiquem destruídas em meados de 2014.
Assad admitiu que as armas químicas sírias "não são um número pequeno. Somos um país em guerra e parte de nosso território esteve ocupado durante mais de 40 anos".
No entanto, o líder sírio disse que o "exército combate principalmente com armas convencionais".
O presidente sírio arremeteu contra os EUA, que o acusa de responsabilidade no ataque com armas químicas perpetrado em 21 de agosto contra a população civil nos arredores de Damasco, e afirmou que quando Washington "quer uma desculpa para a guerra, sempre a encontra".
Após o acordo alcançado em Genebra para destruir o arsenal químico sírio, os EUA procuram agora uma resolução que invoque o Capítulo 7 da Carta da ONU, que abriria a porta para sanções ou inclusive o uso da força caso o regime sírio não cumpra com os termos do pacto.
"Devemos nos manter alerta caso os Estados Unidos queiram impor sua hegemonia contra outros países. Não importa que haja uma crise síria para que algumas potências ocidentais queiram passar acima da Carta da ONU e o direito internacional. Devemos nos manter alerta. Não só a Síria, todas as nações pequenas devem estar alertas, quando certos países tentam passar por cima da Carta das Nações Unidas", sustentou Assad.