Papa Bento XVI em audiência perante membros da assembleia geral da Interpol: "é um dever reprimir o crime no âmbito das regras morais e jurídicas" (©AFP / Gabriel Bouys)
Da Redação
Publicado em 9 de novembro de 2012 às 14h04.
Cidade do Vaticano - O "terrorismo e a delinquência" ferem a "dignidade humana", disse nesta sexta-feira o papa Bento XVI em um discurso perante a assembleia geral da Interpol.
"A violência é sempre inaceitável em suas diversas formas de terrorismo e delinquência, porque fere profundamente a dignidade humana e constitui uma ofensa a toda a humanidade", considerou o pontífice em espanhol.
"Portanto, é um dever reprimir o crime no âmbito das regras morais e jurídicas, porque as ações contra a delinquência devem ser realizadas sempre no respeito aos direitos humanos e aos princípios de um Estado de direito", acrescentou.
"É essencial que até mesmo a necessária ação repressiva seja acompanhada por uma valente e lúcida análise das motivações subjacentes a estas ações criminosas inaceitáveis; é preciso prestar uma especial atenção aos fatores de exclusão social e de indigência que persistem na população e que constituem um meio de violência e ódio", disse Bento XVI.
"Portanto, a resposta à violência e à delinquência não pode ser delegada simplesmente às forças de ordem, mas exige a participação de todas as instâncias que podem incidir sobre este fenômeno", considerou.
Para o Papa, "derrotar a violência é uma tarefa que deve envolver não apenas as instituições e os organismos interessados, mas a sociedade em seu conjunto: as famílias, os centros educacionais, entre eles a escola e as entidades religiosas, os meios de comunicação social e todos os cidadãos".