Terremoto no Japão: Equipes faziam buscas na região em meio aos escombros, um trabalho dificultado pelo mau tempo e por réplicas do terremoto. (AFP/AFP Photo)
Agência de notícias
Publicado em 3 de janeiro de 2024 às 07h13.
Última atualização em 3 de janeiro de 2024 às 07h13.
Socorristas japoneses lutavam nesta quarta-feira, 3, para encontrar sobreviventes, em meio a tempestades e ao risco de deslizamentos de terra, após o terremoto que deixou 62 mortos dois dias antes no centro do país, segundo um funcionário do setor de resposta a desastres do governo de Ishikawa.
Também foram reportados mais de 300 feridos, 20 deles em estado grave. A península de Noto foi a mais atingida, com prédios consumidos por incêndios e casas destruídas.
Equipes faziam buscas na região em meio aos escombros, um trabalho dificultado pelo mau tempo e por réplicas do terremoto. Mais de 31.800 pessoas encontravam-se em abrigos.
O governo do primeiro-ministro, Fumio Kishida, deve organizar uma reunião de emergência durante a manhã para discutir a resposta à tragédia. Na véspera, ele ressaltou que se trata de "uma corrida contra o tempo”, dado o número de pessoas presas nos prédios que desabaram, informou a rede NHK.
A Agência Meteorológica do Japão (JMA) emitiu um alerta de chuva forte para Noto, aumentando a urgência das operações: “Estejam atento a deslizamentos até a noite desta quarta-feira."
Na cidade costeira de Suzu, o prefeito, Masuhiro Izumiya, citado pela rede TBS, informou que "cerca de 90% das casas foram totalmente ou quase totalmente destruídas. A situação é verdadeiramente catastrófica."
Uma mulher que está em um abrigo na localidade de Shika disse à TV Asahi que não conseguiu dormir por causa das réplicas: "Fiquei com medo, porque não sabemos quando será o próximo terremoto.”
Quase 34 mil casas permaneciam sem luz na região de Ishikawa, segundo a empresa de energia local, enquanto várias cidades estavam sem abastecimento de água.
Os trens-bala e as rodovias voltaram a funcionar, depois que milhares de pessoas ficaram bloqueadas, algumas delas por até 24 horas.
O terremoto teve magnitude de 7,5, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, enquanto a JMA o classificou como de 7,6. Segundo a agência japonesa, mais de 210 movimentos telúricos haviam sacudido a região até a noite desta terça-feira.
Nesta segunda-feira, 1, o Japão descartou risco de grande tsunami no país. As autoridades emitiram alertas com ondas de até 5 metros para a Ishikawa. Mais tarde, o alerta foi reduzido ainda mais, com previsão de ondas de até 1 metro de altura.
Além do Japão, cidades costeiras da Coreia do Sul e do extremo oriente da Rússia também entraram em alerta para a possibilidade de tsunami. Na Coreia, a agência meteorológica do país pediu aos residentes ficarem atentos a possíveis mudanças no nível do mar.
Na Rússia, o Ministério de Situações de Emergência alertou para a possibilidade de tsunami nas áreas da Sakhalin, ilha do extremo oriente russo, e Vladivostok, importante cidade portuária.
As autoridades japonesas pediram à população que se abrigasse em locais seguros. "Todos os residentes devem se mudar imediatamente para áreas mais altas", apelou o canal de televisão nacional NHK. "Temos consciência de que suas casas e pertences são muito queridos para vocês, mas sua vida é mais importante do que qualquer outra coisa. Corram para as áreas mais altas possíveis", exortou o apresentador.