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Terremoto na Itália deixa 3.000 deslocados

Réplicas do fenômeno continuam sacodindo a região

Pessoas dormem em um abrigo de Final Emilia: dezenas de pessoas ficaram feridas após o terremoto e várias casas e monumentos históricos ficaram em ruínas (Giuseppe Cacace/AFP)

Pessoas dormem em um abrigo de Final Emilia: dezenas de pessoas ficaram feridas após o terremoto e várias casas e monumentos históricos ficaram em ruínas (Giuseppe Cacace/AFP)

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Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2012 às 11h02.

Finale Emilia - Centenas de pessoas dormiram em abrigos na noite desta segunda-feira, quando foram sentidas novas réplicas, e cerca de 3.000 permanecem deslocadas após o terremoto que no domingo sacudiu a região de Ferrara, no noroeste da Itália.

Durante a noite foram registradas 24 réplicas de até 3,7 graus na escala Richter após o primeiro tremor de 6 graus que sacudiu a região na noite de sábado para domingo (às 23h00 de sábado em Brasília) e que deixou seis mortos nesta região industrial e densamente povoada.

De acordo com os serviços de emergência, dezenas de pessoas também ficaram feridas após o terremoto e várias casas e monumentos históricos ficaram em ruínas.

Temendo novos desabamentos de construções, centenas de italianos passaram a noite desta segunda-feira em seus carros enquanto outros dormiram em abrigos temporários nos quais as autoridades locais instalaram camas, mesas e cadeiras.

As réplicas foram sentidas, principalmente, nas zonas de Mirandola, San Felicia e Finale Emilia, 36 quilômetros ao norte de Bolonha, cidade onde foi registrado o epicentro do primeiro tremor.

Após o sismo, o primeiro-ministro Mario Monti antecipou a sua volta à Itália vindo dos Estados Unidos, onde participava de uma cúpula da Otan.

O tremor ocorre pouco mais de três anos depois de outro terremoto de magnitude 6,3 que atingiu em março de 2009 a cidade de l'Aquila, deixando 300 mortos e dezenas de milhares de pessoas desabrigadas.

Quatro dos mortos no primeiro tremor eram trabalhadores do turno da noite cujas fábricas desabaram. Dois deles morreram quando estavam trabalhando e o teto de uma fábrica de cerâmicas caiu na cidade de Sant'Agostino.


Uma mulher de 37 anos e outra de mais de 100 morreram devido a crises de saúde causadas pelo tremor. Enquanto isso, vários hospitais foram evacuados como medida de precaução.

"Saí porque sentia que a casa balançava. Seus móveis estavam caindo, foi caótico. As pessoas corriam em todas as direções", disse Claudio Bignami, de 68 anos, um eletricista aposentado.

Tive que sair rápido, não posso voltar para a minha casa, estou com medo", disse Aldra Bregoli, de 73 anos.

A televisão italiana exibiu imagens de edifícios históricos, entre eles várias igrejas, em ruínas, assim como carros esmagados sob os escombros.

O serviço de proteção civil levou centenas de idosos e pessoas vulneráveis para abrigos improvisados na localidade de Finale Emilia, epicentro do tremor.

"Segundo as primeiras informações, os danos causados ao patrimônio cultural são significativos", disse o ministro da Cultura após o sismo, que também foi sentido nas cidades de Bolonha, Ferrara, Verona e Mantua.

A região da Emilia-Romagna é uma das mais industrializadas da Itália e abriga tesouros artísticos e arquitetônicos. O centro histórico de Ferrara está na lista do patrimônio mundial da Unesco.

O teto de uma capela do século VI na cidade de San Carlo, cuja restauração levou oito anos, desabou e deixou expostas as estátuas de anjos que estavam dentro do local.

"Já não há nada a ser feito", disse Claudio Fabbri, de 37 anos, encarregado da restauração.

O terremoto também provocou o desabamento de um armazém onde estavam guardados queijos de denominação Parmesão e Grana Padano de um valor estimado em mais de 250 milhões de euros, indicou uma autoridade local.

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