Paquistão: terremoto de 5,8 graus na escala Richter deixou 19 mortos (Stringer/Reuters)
EFE
Publicado em 24 de setembro de 2019 às 13h10.
Última atualização em 24 de setembro de 2019 às 17h44.
Islamabad — O terremoto de 5,8 graus na escala Richter ocorrido nesta terça-feira, 24, na região da Caxemira controlada pelo Paquistão deixou pelo menos 22 mortos, 700 feridos, estradas destruídas e edifícios desmoronados.
A cidade de Mirpur, na parte da Caxemira administrada pelo Paquistão, sofreu mais danos. Seu principal hospital e rodovia ficaram danificados, prejudicando o auxílio à região. Médicos foram vistos ajudando pessoas fora do principal hospital da região por causa da falta de leitos.
O desastre natural causou desespero em todo o país, incluindo na capital, Islamabad, onde pessoas saíram correndo dos prédios para as ruas, receosas de danos maiores na cidade.
Mushtaf Minhas, ministro da Informação na parte paquistanesa da Caxemira disse que mulheres e crianças estão entre os 22 mortos, maioria devido ao colapso de paredes e telhados.
"Estamos cedendo barracas, comida e outros itens essenciais para as pessoas afetadas pelo terremoto. Estamos encarando uma tragédia e nós tentaremos o nosso melhor para garantir a reabilitação das pessoas afetadas o mais cedo possível", disse à agência Associated Press.
Mahboob Ahmed, um médico que trabalha num hospital localizado num vilarejo próximo a Mirpur, disse que eles cuidaram de 700 pessoas, e maioria foi movida para o principal hospital do distrito, onde havia melhores estrutura de saúde.
Raja Qaiser, vice-comissionário, disse que equipes de resgate estavam ainda transportando vítimas para hospitais em Mirpur. Foi declarado estado de emergência na região da Caxemira administrada pelo Paquistão. Um repórter da Associated Press viu dúzias de casas parcialmente comprometidas numa rodovia a caminho para Mirpur.
Imagens de TV também mostraram vias quebradas, lojas, casas e veículos destruídos em Mirpur, onde uma rachadura no principal canal estava afundando aldeias.
De acordo com o Departamento Meteorológico do Paquistão, o tremor teve epicentro localizado perto da cidade montanhosa de Jehlum, ao leste da Província de Punjab. O terremoto balançou paredes por todo o país e deixou pessoas esperando nas ruas, receosas de tremores secundários.
"O raso terremoto estava a 10km de profundidade e por isso causou tanto dano em Mirpur, na Caxemira, que não estava distante do epicentro do terremoto", disse o meteorologista Muhammad Riaz. Mohammad Afzal, membro da Autoridade Nacional do Controle de Desastres Nacionais, disse que a principal barragem na região estava segura.
Residentes em Islamabad foram vistos correndo de grandes edifícios para as ruas.
Pouco tempo depois do tremor, o Exército paquistanês despachou tropas e equipes médicas para área afetada pelo terremoto para auxiliar as autoridades civis no socorro às vítimas.
Alguns residentes em Mirpur disseram pouco após o terremoto que eles saíram de suas casas recitando versos do Alcorão, o livro sagrado do Islã.
"Estava na minha loja quando de repente as paredes começaram a ceder. Eu sabia que era um forte terremoto. O momento que saí da loja, o telhado caiu", disse o dono de uma loja a um canal do Paquistão, enquanto ele estava numa rua cheia de detritos de casas e de lojas próximas danificadas. O homem não foi identificado.
O primeiro-ministro do Paquistão, Imran Khan, e o presidente Arif Alvi disseram em pronunciamentos separados que expressam o seu luto sobre as perdas causadas pela atividade sísmica.
O tremor também foi sentido no noroeste e em muitas cidades mais ao leste da Província de Punjab, mas não causou danos ou mortes.
Um terremoto de magnitude 7.6, em 2005, matou milhares de pessoas no Paquistão e na Caxemira.
(Com EFE e Estadão Conteúdo)