Fukushima: um primeiro tsunami foi observado em vários locais, mas existe o risco da chegada de uma segunda onda, mais alta (Stringer/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 21 de novembro de 2016 às 20h00.
Última atualização em 21 de novembro de 2016 às 21h21.
Um forte terremoto sacudiu o nordeste do Japão na manhã desta terça-feira (horário local), levando a agência meteorológica japonesa a lançar um alerta de tsunami para o litoral da região, que inclui a província de Fukushima.
O terremoto poderia provocar um tsunami com ondas de até três metros de altura na costa nordeste, diante de Fukushima, onde fica a usina na qual ocorreu um dos piores desastres nucleares do mundo, informou a agência.
A Agência Geológica dos Estados Unidos reportou que o tremor, de 6,9 graus de magnitude e registrado a uma profundidade rasa de 11,3 quilômetros, ocorreu pouco antes das 06h de terça-feira no horário local (19h de segunda-feira no horário de Brasília), no Pacífico, na costa de Fukushima.
A agência japonesa havia estimado anteriormente a magnitude do terremoto em 7,3 graus, e a profundidade a 10 km.
Um primeiro tsunami foi observado em vários locais, mas existe o risco da chegada de uma segunda onda, mais alta, advertiu a fonte.
Até o momento, não foram reportados feridos ou danos materiais, com exceção de um incêndio em uma refinaria, segundo a TV pública NHK.
Segundo a emissora, não foi detectada qualquer anomania nas usinas nucleares, que estão todas paralisadas na região.
A NHK interrompeu imediatamente sua programação para difundir as informações das autoridades.
"Um tsunami está a caminho. Fujam, avisem seus vizinhos", declarou um jornalista do canal.
As autoridades ativaram o alerta de tsunami para a costa da prefeitura de Fukushima, e um alerta menor para outras regiões do nordeste do país, da ilha de Hokkaido, ao norte, até a costa de Tóquio.
O governo abriu uma célula de crise para dar informações e orientar as equipes de emergência, os municípios e os moradores.
A agência meteorológica tem previsto dar uma coletiva de imprensa por volta das 21h00 de Brasília.
O Japão se situa na junção de quatro placas tectônicas e experimenta uma série de tremores violentos a cada ano.
Em março de 2011, um terremoto de 9,0 graus de magnitude provocou um tsunami na costa nordeste do Japão, deixando mais de 18.000 pessoas mortas ou desaparecidas, e derretendo três reatores da usina nuclear de Fukushima, o que provocou a liberação de uma grande quantidade de material radioativo.
Em abril passado, dois fortes terremotos atingiram a província de Kumamoto, no sul do Japão, e foram seguidos por mais de 1.700 tremores secundários, deixando pelo menos 50 mortos e causando danos generalizados.