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Acaba transferência de armas químicas sírias para cargueiro

Este é o último passo para sua destruição em águas internacionais

Contêineres com armas químicas sírias no porto de Gioia Tauro
 (AFP)

Contêineres com armas químicas sírias no porto de Gioia Tauro (AFP)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2014 às 07h32.

Gioia Tauro - O transbordo de 78 contêineres com armas químicas sírias para o cargueiro americano "MV Cape Ray", encarregado de destruí-las, foi concluído nesta quarta-feira no porto italiano de Goiai Tauro, último passo para sua destruição em águas internacionais.

O "Cape Ray" se retirou de Gioia Tauro "esta tarde para águas internacionais no mar Mediterrâneo, onde logo começarão as operações de neutralização" das armas, informou o porta-voz do Pentágono, contra-almirante John Kirby.

A previsão inicial era que essas armas seriam destruídas até 30 de junho, mas, acrescentou Kirby, "deve levar várias semanas".

As autoridades italianas reforçaram as medidas de segurança para evitar incidentes no translado das armas.

"A transparência e a informação foram nossas pautas (...). Essa operação vai servir para adotarmos boas práticas para o futuro", disse o ministro italiano para o Meio Ambiente, Gian Luca Galletti.

As autoridades ordenaram o reforço nas medidas de segurança ao redor do Gioia Tauro. Todos os acessos ao porto ficaram fechados para circulação privada para impedir a entrada de qualquer pessoa não autorizada ao cais.

Um helicóptero militar vigiava o espaço aéreo, que também permanece fechado de 1º a 3 de julho em um raio de 1,1 km de Gioia Tauro.

A população assistiu "resignada" a essa delicada operação, segundo um prefeito da região, mas os habitantes criticaram a falta de transparência e de informação. Um pequeno grupo se reuniu nesta terça à noite, de forma inesperada, na localidade de San Ferdinando, a mais próxima do porto, para protestar contra a operação.

Segundo a Organização para Proibição de Armas Químicas (Opaq), as operações podem durar "até 60 dias".

Do total de 78 contêineres transportados do cargueiro dinamarquês "Ark Futura" para o navio da Marinha americana, os primeiros continham gás iperita, mais conhecido como gás mostarda, asfixiante, seguido por outros com gás neurotóxico sarin.

A Síria se tornou signatária da Convenção sobre a Proibição das Armas Químicas em outubro de 2013, no âmbito de um acordo russo-americano que evitou uma intervenção militar americana. O governo sírio de Bashar al-Assad foi acusado de ter utilizado gás sarin em um ataque a civis que deixou pelo menos 1.400 mortos.

Até agora, Damasco se desfez de 1.300 toneladas de agentes químicos. A bordo do "Cape Ray" serão destruídos apenas os componentes mais perigosos, considerados como "prioridade número um" e que fazem parte da elaboração do gás mostarda e sarin. Segundo o Pentágono, são cerca de 700 toneladas.

As armas químicas serão neutralizadas por meio de um complexo sistema eletrônico que vai misturar as substâncias até torná-las inertes. Esse processo permite destruir os agentes químicos em mais de 99% e reduzir a toxicidade a níveis similares aos que se encontram normalmente na indústria.

Depois, serão entregues para empresas especializadas no tratamento de dejetos industriais, assim como o restante dos agentes químicos sírios.

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