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Terceiro furacão mais poderoso nos EUA, Michael mata 2 e deixa destruição

Apesar de ter perdido força nesta quinta-feira, o furacão ainda ameaça o sudeste americano com chuvas fortes e possíveis tornados

Furacão Michael: diversas áreas no sudeste dos EUA foram atingidas a pouco tempo pelo furacão Florence (Jonathan Bachman/Reuters)

Furacão Michael: diversas áreas no sudeste dos EUA foram atingidas a pouco tempo pelo furacão Florence (Jonathan Bachman/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 11 de outubro de 2018 às 13h48.

Panama City, Flórida - O furacão Michael é o terceiro furacão mais poderoso a ser registrado nos Estados Unidos. O fenômeno chegou ao continente na quarta-feira, 10, deixando um rastro amplo de destruição, colapsando casas e shopping centers, derrubando árvores e matando ao menos duas pessoas, mas sua passagem ainda não acabou.

Nesta quinta-feira, 11, o Michael perdeu força e foi reduzido para uma tempestade tropical. No entanto, ainda ameaça o sudeste americano com chuvas fortes, ventos tempestuosos e possíveis tornados, encharcando ainda mais áreas já afetadas pelo furacão Florence, que aconteceu no mês passado.

Às 5 horas da madrugada, o olho do furacão estava cerca de 72 quilômetros a oeste de Augusta, na Geórgia, acumulando ventos de 80 quilômetros por hora, enquanto se movia rumo à Carolina do Sul a 33 quilômetros por hora, disse o Centro Nacional de Furacões em Miami.

Milhares de policiais e times de busca e resgate saíram para procurar sobreviventes entre os destroços de casas, onde pessoas se abrigaram, desafiando as ordens das autoridades locais para sair da área. O Michael lavou praias de areia branca, destruiu bases militares e comunidades costeiras, derrubou árvores, arrancou telhados, virou caminhões e empurrou barcos para dentro de prédios.

Em Miami Beach, muitas casas foram destruídas ou levadas por completo. Próximo a Tallahassee, a queda de árvores matou um homem. Na Geórgia, a vítima foi uma menina de 11 anos.

E alcançar as áreas mais afetadas não foi tarefa fácil: autoridades fecharam um trecho de 128 quilômetros da estrada interestadual 10, a principal rota leste-oeste no oeste da Flórida, disse a Polícia Rodoviária da Flórida.

Em Panama City, onde o olho do furacão passou primeiro, os danos foram extensos. Árvores quebradas e desenraizadas e linhas de energia caíram por toda parte. Telhados foram arrancados e levados pelo ar, e casas foram divididas ao meio por troncos de árvores caídas. Placas de rua retorcidas se espalhavam pelas ruas, e palmeiras chicoteavam com o vento. Além disso, mais de 380 mil casas e empresas ficaram sem energia no auge da tempestade.

Vance Beu estava na casa de sua mãe, em Spring Gate Apartments, um complexo de prédios de madeira de um único andar. Os dois empilharam colchões ao redor de si para se protegerem.

Durante a tempestade, um pinheiro caído fez um buraco no teto do apartamento, e a pressão barométrica baixou. Segundo Beu, o barulho do vento soava como um motor a jato. "Foi aterrorizante. Houve muito barulho. Achamos que as janelas iriam quebrar a qualquer momento."

Sally Crown, que conseguiu fugir do furacão, inicialmente achou que os piores danos seriam apenas as árvores caídas em seu quintal. Mas depois que a tempestade passou, ela descobriu a cena de destruição que o fenômeno havia produzido no café onde trabalha. "É absolutamente horrendo. Catastrófico", disse. "Há inundações, tem barcos nas estradas. Tem uma casa no meio da estrada. Casas que estavam num lugar desde sempre agora estão simplesmente destruídas"

Segundo a porta-voz do Gabinete de Xerife do condado de Gadsden, Anglie Hightower, um homem morreu na região oeste do Estado quando uma árvore caiu em cima de uma casa. Ela acrescentou que equipes de emergência que estavam tentando chegar à casa enfrentaram dificuldades com árvores derrubadas e detritos bloqueando as estradas. O entulho também é um problema em muitas comunidades costeiras, onde centenas de milhares de pessoas ainda estavam sem energia pela manhã.

O governador da Califórnia, Rick Scott, disse que esforços de busca e resgate seriam "agressivos". "O furacão Michael não pode arruinar a Flórida", prometeu.

O fenômeno saltou rapidamente, no fim de semana, da categoria 2 para a categoria 4. Mais de 375 mil pessoas na costa do Golfo do México foram obrigadas a sair da região, mas o furacão foi tão rápido que muitos não tiveram tempo de se preparar, e outros tantos não obedeceram às ordens das autoridades de emergência. Em Panama City, madeira compensada e metal foram arrancados da fachada de um hotel. Uma parte do toldo caiu e quebrou a porta de vidro do local, e o resto da estrutura caiu sobre veículos estacionados abaixo.

Analisando a pressão barométrica interna, o Michael foi o terceiro mais poderoso furacão registrado nos EUA, atrás apenas da tempestade do Dia do Trabalho de 1935 e o furacão Camille, de 1969. E a tempestade deve suscitar ainda mais o debate sobre o aquecimento global.

Cientistas afirmam que o aquecimento global é responsável por condições meteorológicas extremas mais intensas e frequentes, como tempestades, secas, enchentes e incêndios, e o Michael foi alimentado por temperaturas anormais da água no Golfo do México - de 4 a 5 graus acima da temperatura normal para este período do ano.

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