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Tensão prossegue na península coreana

Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul permanecem em alerta ante a ameaça das declarações bélicas do regime norte-coreano


	Soldado norte-coreano observa a área de fronteira com a China: ignorando as advertências da vizinha e aliada China, Pyongyang instalou na semana passada em sua costa oriental dois mísseis
 (Wang Zhao/AFP)

Soldado norte-coreano observa a área de fronteira com a China: ignorando as advertências da vizinha e aliada China, Pyongyang instalou na semana passada em sua costa oriental dois mísseis (Wang Zhao/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2013 às 08h23.

Seul - Uma ou duas rampas de lançamento de míssil de longo alcance apontam para o céu na Coreia do Norte, o que poderia indicar a iminência de um disparo, destacou nesta quinta-feira a imprensa japonesa.

Mas também poderia repersentar apenas uma isca, completou a imprensa japonesa, que citou uma fonte do ministério da Defesa nipônico.

O governo dos Estados Unidos recomendou que a Coreia do Norte pare de "brincar com o fogo" e renuncie ao disparo de míssil com o qual ameaça a região, apesar das sanções internacionais.

Japão, Estados Unidos e Coreia do Sul permanecem em alerta ante a ameaça das declarações bélicas do regime norte-coreano e os atos de desafio à comunidade internacional durante os últimos meses.

Desde fevereiro de 2012, Pyongyang lançou dois mísseis - um deles com sucesso, em dezembro passado -, considerados pelas potências ocidentais testes disfarçados de mísseis balísticos, executou um teste nuclear - que resultou em novas sanções da ONU -, anunciou a retomada das atividades nucleares e posicionou mísseis de médio alcance em sua costa leste.

"Com sua retórica bélica, suas ações, a Coreia do Norte está deslizando muito perto de uma linha perigosa e não ajuda a acalmar uma situação volátil", disse na quarta-feira o diretor do Pentágono, Chuck Hagel.

"Nosso país está totalmente preparado para enfrentar qualquer eventualidade, qualquer ação que a Coreia do Norte possa executar, todas as provocações", disse.


Ignorando as advertências da vizinha e aliada China, Pyongyang instalou na semana passada em sua costa oriental dois mísseis Musudan de alcance teórico de 3.000 km, capacidade para atingir o Japão. Com uma carga leve, poderia viajar 4.000 km e atingir a ilha americana de Guam, situada a 3.380 km e onde estão 6.000 soldados americanos.

O eventual lançamento pode acontecer até 15 de abril, data em que o regime comunista comemora o nascimento do fundador da República Democrática Popular da Coreia, Kim Il-Sung, falecido em 1994, ou poderia coincidir com a visita a Seul na sexta-feira do secretário de Estado americano, John Kerry, e do secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen.

Segundo uma fonte do governo sul-coreano, Pyongyang poderia disparar vários projéteis. Foram detectados movimentos de veículos lançadores que transportavam mísseis Scud (alcance de centenas de quilômetros) e de Rodong (alcance pouco mais de 1.000 km).

A Coreia do Sul deslocou os mísseis em várias ocasiões nos últimos dias, com o objetivo de dificultar os trabalhos da inteligência estrangeira e "cansar" os agentes responsáveis pela vigilância das rampas, informou a agência sul-coreana Yonhap.

Questionado sobre as capacidades balísticas da Coreia do Norte, o general americano Martin Dempsey afirmou que, depois de vários testes com sucesso de mísseis, "é possível projetar o pior cenário".

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