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Tensão aumenta entre Índia e Paquistão por causa de Caxemira

O encontro de Aziz com representantes separatistas da Caxemira do movimento Hurriyat voltou a gerar uma situação na qual os dois países se mostram inflexíveis


	Homem carrega bandeira da Índia na fronteira com o Paquistão: "A Índia está pronta para as conversas. Estamos comprometidos com elas. Agora depende do Paquistão"
 (Bloomberg)

Homem carrega bandeira da Índia na fronteira com o Paquistão: "A Índia está pronta para as conversas. Estamos comprometidos com elas. Agora depende do Paquistão" (Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2015 às 11h52.

Nova Délhi/Islamabad - A Índia e o Paquistão trocaram novas mensagens de advertência nesta sexta-feira, após o anúncio de que o assessor presidencial de Relações Exteriores e Segurança paquistanês, Sartaj Aziz, se reunirá com independentistas caxemirianos durante sua visita a Nova Délhi no domingo.

Faltando dois dias para a viagem do principal membro do governo de Nawaz Sharif à Índia, o encontro mais importante em meses entre representantes dos dois países ainda está no ar diante da mais do que previsível rigidez das duas nações em seus gestos com relação à Caxemira e ao não menos previsível tensionamento do tom diplomático.

O anunciado encontro de Aziz com representantes separatistas da Caxemira do movimento Hurriyat - considerado rotineiro por Islamabad, que diz que o repete há mais de 20 anos e que ano passado levou Nova Délhi a suspender um encontro semelhante - voltou a gerar uma situação na qual os dois países se mostram inflexíveis.

A Índia indicou hoje através de um comunicado do porta-voz do Ministerio das Relações Exteriores, Vikas Swarup, que tinha informado ao Paquistão que "não seria apropriado que o senhor Sartaj Aziz se reunisse com os representantes do Hurriyat na Índia".

"Queremos que as conversas aconteçam. A Índia está pronta para as conversas. Estamos comprometidos com elas. Agora depende do Paquistão", disse posteriormente Swarup à imprensa.

O Ministério de Relações Exteriores paquistanês não demorou a responder e, em uma nota, assinalou que "não será possível para o Paquistão aceitar esse conselho" e afirmou que a Caxemira é um "território disputado segundo as resoluções do Conselho de Segurança, que não têm sido aplicadas".

"Os líderes de Hurriyat são verdadeiros representantes do povo caxemiriano da Caxemira ocupada pela Índia", ressaltou.

E acrescentou que "a insistência da Índia em introduzir condições e restringir a agenda de diálogo demonstra a falta de seriedade da parte indiana para estabelecer um diálogo significativo com o Paquistão".

Como já aconteceu ontem com outros dirigentes independentistas que posteriormente foram libertados, as autoridades indianas ordenaram hoje a prisão domiciliar do líder separatista Shabir Ahmad Shah, antes das tradicionais rezas de sexta-feira dos muçulmanos.

A visita de Aziz dá continuidade ao compromisso adquirido por Sharif e pelo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, na cidade russa de Ufa em julho, de manter o diálogo de alto nível entre os dois países, que se enfrentaram em duas guerras pela Caxemira e que mantêm uma disputa por esse território desde sua independência, em 1947.

Aos incidentes relacionados com Hurriyat, se soma a intensificação das violações do cessar-fogo na Linha de Controle (LOC), a fronteira de fato entre os dois países, onde estes dias se acusaram mutuamente de várias mortes.

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