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Tempo para firmar acordo de desarmamento está acabando, diz Rússia aos EUA

Durante a cúpula em julho, Trump e Putin trataram do acordo de desarmamento nuclear START, que acaba em 2021

O tratado, assinado em 2010 poderia ser prolongamento por mais cinco anos, disse o ministro russo (Kevin Lamarque/Reuters)

O tratado, assinado em 2010 poderia ser prolongamento por mais cinco anos, disse o ministro russo (Kevin Lamarque/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de agosto de 2018 às 13h37.

Moscou - A Rússia advertiu nesta segunda-feira aos Estados Unidos que o tempo para a assinatura de um novo acordo de desarmamento nuclear START está acabando, depois que esse assunto foi tratado pelos líderes de ambos os países na cúpula de julho em Helsinque, na Finlândia.

"Parece que até o ano de 2021 falta muito, mas não é assim. Literalmente, está muito perto", disse Sergei Ryabkov, vice-ministro de Relações Exteriores, aos veículos de imprensa locais.

Ryabkov lembrou que o tratado, assinado em 2010 em Praga, na República Tcheca, "contempla a possibilidade de seu prolongamento por mais cinco anos".

"Por que não se aproveita essa opção? Não podemos dizer ainda com segurança os motivos, mas, infelizmente, não há reação", comentou o vice-ministro.

O diplomata disse desconhecer se os EUA ainda não têm uma postura formada a respeito, se carecem de uma equipe que possa se encarregar deste assunto ou se estão esperando o momento conveniente para tornar público o seu posicionamento.

"O diálogo é uma necessidade. Não podemos fazer de conta que tudo está bem e que as dificuldades serão superadas e os problemas solucionados por si mesmos. Ao contrário, as dificuldades em matéria de controle de armamento e na esfera da estabilidade se acumulam", opinou Ryabkov.

O novo assessor de segurança nacional dos EUA, John Bolton, não escondeu suas críticas ao tratado START - que reduziu em 30% os armamentos nucleares - ao considerar que sua assinatura foi um "erro".

Precisamente, Bolton abordará esse assunto com o funcionário russo Nikolai Patrushev na próxima semana em Genebra, na Suíça.

O tratado, assinado entre os então presidentes da Rússia, Dmitri Medvedev, e dos EUA, Barack Obama, procura limitar o arsenal nuclear das duas potências de forma paritária.

Ryabkov também acusou hoje os EUA de violarem o tratado de eliminação de mísseis nucleares de médio e curto alcances (INF), que data de 1987, enquanto Washington diz ter provas de que Moscou fez o mesmo.

"Não vamos a lugar algum", comentou o funcionário russo, que mencionou entre as violações o envio de armamentos estratégicos à Romênia e em breve à Polônia, como parte do escudo antimísseis americano.

Além disso, Ryabkov denunciou as tentativas de Washington de conseguir por todos os meios a hegemonia no espaço, inclusive no âmbito militar.

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