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Temperaturas e efeito estufa bateram recordes em 2015

O relatório anual sobre o estado do clima pinta um quadro sombrio da Terra em um documento de 300 páginas no qual 450 cientistas participaram


	Emissão de gases: "A maioria dos indicadores de mudanças climáticas continuaram a apresentar uma tendência de aquecimento global"
 (Thinckstock)

Emissão de gases: "A maioria dos indicadores de mudanças climáticas continuaram a apresentar uma tendência de aquecimento global" (Thinckstock)

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Da Redação

Publicado em 2 de agosto de 2016 às 14h45.

As temperaturas, o nível dos mares e as emissões de gases do efeito estufa atingiram novos recordes no ano passado, tornando 2015 o pior ano na história moderna para uma série de indicadores-chave, revela um relatório internacional divulgado nesta terça-feira.

Derretimento das geleiras, secas, inundações... O relatório anual sobre o estado do clima ("State of the Climate") pinta um quadro sombrio da Terra em um documento de 300 páginas no qual 450 cientistas participaram.

"Vários indicadores, tais como as temperaturas na terra, na superfície dos oceanos e as emissões de gases do efeito estufa bateram os recordes registrados há apenas um ano", advertem os especialistas.

"A maioria dos indicadores de mudanças climáticas continuaram a apresentar uma tendência de aquecimento global", que registrou recordes de calor pelo segundo ano consecutivo, segundo o relatório.

O fenômeno climático El Niño, particularmente forte em 2015, "exacerbou" a tendência de superaquecimento no ano passado, acrescentam os cientistas.

"Sob o efeito combinado do El Niño e uma tendência de longo prazo para o aquecimento, a Terra registrou recordes de calor pelo segundo ano consecutivo".

Chuva de recordes

As concentrações de três dos principais gases que provocam o efeito estufa, dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso, "atingiram novos recordes em 2015", indica o documento, que é baseado em dezenas de milhares de dados extraídos de várias fontes independentes.

No Havaí, no vulcão Mauna Loa, a concentração de dióxido de carbono registrou "o maior aumento desde o início da coleta de dados, há 50 anos", o que permitiu superar pela primeira vez a barra simbólica de 400 partes por milhão (ppm), a 400,8 ppm.

Em todo o planeta, o CO2 se aproximou deste limite em 2015, chegando a 399,4 ppm, um aumento de 2,2 ppm em relação a 2014.

Os oceanos atingiram seu nível mais alto, com cerca de 70 milímetros mais do que a média registrada em 1993.

O nível dos oceanos sobe gradualmente na Terra, com um avanço de cerca de 3,3 milímetros por ano, mas o aumento é mais rápido em determinados pontos do Pacífico e do Oceano Índico.

Este fenômeno poderia acelerar nas próximas décadas, à medida que as geleiras e icebergs derretem, ameaçando as vidas de milhões de habitantes das zonas costeiras.

O ano de 2015 também marcou uma temporada de chuvas mais abundantes do que a média, provocando graves inundações.

Secas severas também afetaram superfícies quase duas vezes maiores em 2015 do que no ano anterior (14% versus 8% em 2014).

Propagação de algas

O Ártico, uma área particularmente sensível às alterações climáticas, continua sofrendo com o aquecimento.

"A temperatura na superfície terrestre do Ártico registrou os níveis alcançados em 2007 e 2011, que foram recordes desde o início das medições no início do século XX, um aumento de 2,8 graus Celsius desde aquela época", segundo o relatório.

Por outro lado, as temperaturas foram mais frias na Antártida.

No mundo, o recuo das geleiras nos maciços alpinos continuou pelo 36º ano consecutivo.

As águas mais quentes agravaram o fenômeno da propagação das algas, que afetou no ano passado uma importante região do Pacífico Norte, desde a Califórnia até Columbia Britânica, no Canadá, com "efeitos significativos sobre a vida marinha, os recursos costeiros e as pessoas que dependem desses recursos".

A temporada de furacões no Atlântico foi particularmente moderada pelo segundo ano consecutivo, em grande parte como resultado do El Niño, embora o número de ciclones tropicais "tenha sido bem acima da média global".

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