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Temperatura no Brasil subirá ao menos 3 graus até 2100

As mudanças climáticas também devem afetar o regime de chuvas nas diferentes biomas do país, segundo estudo feito por cientistas brasileiros


	Luz solar: no pior cenário, o aumento pode ser de até 6°C
 (Getty Images/Getty Images)

Luz solar: no pior cenário, o aumento pode ser de até 6°C (Getty Images/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2013 às 08h43.

São Paulo - Um novo relatório compilado por 345 cientistas brasileiros, a temperatura média em todo o País subirá pelo menos 3°C até 2100, na comparação com o fim do século 20. No pior cenário, o aumento pode ser de até 6°C. Os dados, que levam em conta cenários de menor ou maior emissão de gases de efeito estufa, fazem parte do primeiro relatório de avaliação nacional do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e foram antecipados na edição deste mês da revista Pesquisa Fapesp. O anúncio completo será feito em setembro.

O trabalho traz também mais detalhes de como as mudanças climáticas devem afetar o regime de chuvas nas diferentes biomas do País. Enquanto nos pampas (região Sul) e na Mata Atlântica do Sudeste pode haver um aumento de até 30% na precipitação, na Amazônia e na Caatinga o cenário será de seca, com redução de até 40% das chuvas.

Projeções de aumento de temperatura e mudança no Brasil e no mundo já vêm há tempos sendo divulgadas, mas a novidade desse relatório é que ele sintetiza o melhor que a ciência conhece sobre os impactos que as mudanças climáticas terão sobre o Brasil. O painel, que reúne pesquisadores das mais diversas áreas, atuou nos mesmos moldes do grupo das Nações Unidas que faz esse tipo de avaliação em escala global - o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC).

Divididos em três grupos de trabalho, eles analisaram as pesquisas publicadas em revistas científicas desde 2007. O primeiro considerou aquelas que mostram a ocorrência das mudanças climáticas no Brasil. O segundo avaliou os impactos disso - nas cidades, nos setores da economia, nos recursos hídricos - e as medidas de adaptação a eles. E o terceiro, as formas de redução das emissões de gases-estufa no Brasil.

O objetivo, explica o pesquisador Carlos Nobre, que preside o painel, é trazer uma "avaliação neutra, sem achismos, baseada somente em evidências científicas, com um enorme detalhamento sobre o que é importante para nós". Os relatórios do IPCC - o próximo, aliás, também será divulgado a partir de setembro - também seguem esses critério, mas são globais, com apenas alguns destaques sobre América do Sul e Brasil. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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