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Temer: PMDB não aprovou mínimo de R$ 545 por cargos

Vice-presidente defendeu apoio do partido ao governo e disse acreditar que é hora da reforma política

O vice-presidente Michel Temer: "PMDB é governo" (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

O vice-presidente Michel Temer: "PMDB é governo" (José Cruz/AGÊNCIA BRASIL)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2011 às 19h50.

O vice-presidente da República, Michel Temer, negou hoje que o PMDB tenha votado a favor do salário mínimo de R$ 545 em troca de cargos no segundo e terceiro escalão do governo. "O PMDB não votou por isso não", disse ele, após se reunir com empresários na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

"O que nós conseguimos, Henrique Alves e eu, foi que houvesse uma unidade de ação do PMDB, uma coisa que estamos buscando há muito tempo. Eu consegui isso no partido e agora estamos conseguindo isso na bancada", afirmou Temer. "É importante para ter presença política que haja unidade de ação. O PMDB entendeu isso e o PMDB é governo. Sendo governo, votou com o governo", acrescentou. De acordo com o vice-presidente, as nomeações para o segundo e terceiro escalão do governo não devem sair neste momento. "O governo é que decide", se limitou a dizer.

Reforma política

Temer disse acreditar que o Congresso mostrou maturidade suficiente para discutir uma proposta de reforma política. "As coisas têm de ser amadurecidas no Congresso e há uma maturação que permite discutir a reforma política", afirmou. O vice-presidente destacou que tem uma proposta pessoal em relação ao tema. "Mas meu objetivo é apenas provocar o assunto para que possamos levá-lo adiante. Seria muito útil para esta legislatura e para este governo que houvesse a reformulação política do País", opinou.

O peemedebista disse ser a favor de uma alteração no processo de escolha dos deputados, substituindo o atual sistema de coeficiente eleitoral pela votação por maioria simples. "Nós teríamos uma espécie de 'distritão', que é o próprio Estado. São Paulo, por exemplo, tem 70 vagas e os 70 mais votados seriam eleitos", afirmou.

Ele declarou-se também favorável à inclusão de uma cláusula que exija a fidelidade partidária. "Quem for eleito pelo partido, não pode sair", disse. De acordo com Temer, há duas hipóteses em discussão no Congresso sobre a questão. "Ou você estabelece que se mantenha tudo como está, ou seja, fidelidade absoluta, só podendo sair nas hipóteses legais, que são expulsão ou criação de um novo partido, ou então se estabelece uma porta nos seis meses finais. Mas essa é uma tese a ser debatida". Temer disse que a proposta do voto em lista já foi tentada por muitas vezes no Congresso e que teria dificuldade extrema de ser aprovada.

O vice-presidente afirmou que o atual momento é o ideal para se iniciar as discussões, de forma que a proposta de reforma política seja aprovada até outubro. "Essa minha proposta é compatível e se harmoniza com o próprio texto constitucional. Por isso eu a levo adiante. Qual será a prevalecente, o plenário da Câmara e do Senado é que vão dizer". O político acrescentou ainda que, após a reforma política, o Congresso poderia "discutir alguns temas de reformulação tributária".

Skaf

Temer confirmou ter convidado o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, atualmente no PSB, para entrar no PMDB. "As portas estão abertas mas isso depende dele. Ele está examinando", comentou.

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