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Temer e Santos irão trabalhar pela democracia na Venezuela

Os dois presidentes avaliaram os impactos provocados pelo intenso fluxo migratório de venezuelanos que fogem da crise no país

Maduro, presidente da Venezuela: Santos foi recebido hoje por Temer em uma visita oficial ao Brasil (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

Maduro, presidente da Venezuela: Santos foi recebido hoje por Temer em uma visita oficial ao Brasil (Miraflores Palace/Handout/Reuters)

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EFE

Publicado em 20 de março de 2018 às 21h42.

Brasília - O presidente Michel Temer e o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, se comprometeram nesta terça-feira, em Brasília, a trabalhar para recuperar a democracia na Venezuela, afetada por uma grave crise econômica e política que provocou um êxodo de venezuelanos para os dois países.

"Brasil e Colômbia seguirão trabalhando em todas as frentes pela pronta recuperação da democracia na Venezuela", afirmou Santos em uma entrevista coletiva conjunta com Temer no Palácio do Planalto.

Santos foi recebido hoje por Temer em uma visita oficial ao Brasil. No encontro, além da situação na Venezuela, os dois abordaram assuntos como o comércio bilateral, a cooperação em defesa e meio ambiente na região na fronteira.

Os dois presidentes avaliaram os impactos provocados pelo intenso fluxo migratório de venezuelanos que fogem da crise econômica, política e social no país para Brasil e Colômbia.

"Falamos sobre a situação da Venezuela, deste êxodo venezuelano para o Brasil e a Colômbia que perturba os países da América Latina" indicou Temer na entrevista coletiva com Santos.

Cerca de 500 mil venezuelanos entraram na Colômbia nos últimos dois anos. No Brasil, o número chega a 40 mil, segundo dados oficiais.

"O que queremos é a pacificação política da Venezuela, a democratização plena durante as eleições e a não agressão dos que se opõem ao regime agora constituído", indicou Temer.

Santos atribuiu a crise na Venezuela aos problemas democráticos e criticou a rejeição do governo do presidente Nicolás Maduro à ajuda humanitária oferecida por Colômbia e Brasil.

"A crise humanitária se agrava dia após dia", ressaltou.

As relações comerciais foram outro dos temas discutidos na reunião no Palácio do Planalto. Temer e Santos avaliaram que há potencial para ampliar em até 25% o comércio entre os dois países, que ficou em US$ 3,9 bilhões em 2017.

Temer discutiu com Santos novas oportunidades de negócio junto ao setor privado e sugeriu ao colega colombiano o início de discussões para um acordo sobre compras governamentais entre os dois países.

"Uma das nossas prioridades é fortalecer o comércio internacional com o país que é o oitavo destino das nossas exportações e a quarta origem das nossas importações. O (saldo do) comércio bilateral atualmente é favorável ao Brasil, mas o fluxo é muito pequeno frente ao enorme potencial", explicou Santos.

Em nível regional, Temer afirmou que há clima e condições para um futuro acordo de livre comércio entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico, formada por Colômbia, Chile, México e Peru.

"O presidente Santos e eu, naturalmente, patrocinaremos com muito entusiasmo um acordo entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico", disse Temer.

Outra das questões abordadas foi a cooperação na fronteira, com o objetivo de aproximar os dois países em matéria de segurança e melhorar o combate ao crime organizado, atuando com foco sobre o tráfico de drogas e a mineração ilegal na região amazônica.

Santos também aproveitou para agradecer pelo apoio do Brasil à construção da paz na Colômbia, tanto pelo papel do país como mediador nas negociações com os guerrilheiros do Exército de Libertação Nacional (ELN) e como colaborador no processo de retirada de minas terrestres após o acordo com as já extintas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Depois da coletiva, Temer convidou Santos e as demais autoridades para visitar o Palácio Itamaraty.

Brasil e Colômbia assinaram vários acordos na visita, entre eles o Certificado de Origem Digital, que visa agilizar os trâmites comerciais entre os dois países. Outro pacto tem como objetivo promover um programa para fortalecer pequenas e médias empresas.

 

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