Mundo

Teerã propõe "grupo de contato" para o diálogo na Síria

Participantes da conferência do Irã consideram "o diálogo nacional a única maneira de resolver o conflito do país"

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2012 às 11h29.

Teerã - A conferência realizada em Teerã para tratar a situação na Síria e que contou com a participação de cerca de 30 países e organizações, propôs a criação de um "grupo de contato" para "pôr fim à violência e promover um diálogo integrador entre o governo sírio e a oposição".

Os participantes, entre eles Rússia, China, Índia, Irã e alguns países da Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba), consideram "o diálogo nacional a única maneira de resolver o conflito da Síria", segundo um comunicado divulgado nesta sexta-feira pelas agências locais.

A nota, que expressa o desejo dos participantes em realizar novos encontros, pede à Síria que cesse os confrontos durante "três meses" para iniciar negociações mediante "mecanismos pacíficos".

Os países também demonstraram preocupação pelos enfrentamentos, pela violação dos direitos humanos, pela perda de vidas e pelos danos causados ao povo sírio.

Além disso, os participantes respaldam o que consideram "exigências legítimas do povo sírio para as reformas no país a fim de construir a democracia e promover a associação política dos diferentes partidos" para que o país possa ser governado "de maneira pacífica e em um ambiente tranquilo, sem influência estrangeira".


Na reunião, ficou acordado que sejam mantidos os princípios de "não intervenção" e respeito "à soberania nacional e integridade territorial" da Síria, por isso são contra uma intervenção militar.

Neste sentido, os participantes apontaram "profunda preocupação pela entrada de grupos terroristas conhecidos (em referência à Al Qaeda) no conflito sírio" e advertem que, assim como a ajuda militar, esta implantação terrorista pode ter "consequências nefastas sobre a paz e a segurança da região".

O grupo afirmou que, por este motivo, apoia os esforços do secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, e do mediador para a Síria da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan.

Os países aproveitaram para lembrar "a necessidade de prestar assistência humanitária ao povo da Síria a fim de diminuir a difícil situação em que se encontram".

A reunião, convocada pelo Irã, o mais firme aliado do regime de Damasco no Oriente Médio, pretende ser uma alternativa à reunião dos Amigos da Síria, convocada anteriormente pelos Estados Unidos e seus aliados, que apoiam a oposição, motivo pelo qual o Irã afirma que eles sim são "os verdadeiros amigos da Síria".

Acompanhe tudo sobre:ÁsiaGuerrasIrã - PaísSíria

Mais de Mundo

Zelensky critica tentativas de China e Brasil de impor novo plano de paz

Consumidores dos EUA começam a procurar porções menores nos restaurantes, diz relatório do setor

Exército de Israel diz que tropas devem ficar prontas para uma possível entrada no Líbano

"Aumento do nível do mar modificará economia, política e segurança", alerta chefe da ONU