(Brendan SMIALOWSKI / AFP)
Redator
Publicado em 24 de julho de 2025 às 06h06.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se reuniu nesta terça-feira, 22, com o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., antes de anunciar um acordo comercial entre os países. Não foi um movimento isolado. Alguns países estão conseguindo negociar com a Casa Branca para diminuir o impacto das medidas comerciais anunciadas pelo republicano.
As Filipinas se juntou a um grupo de países como Japão, Reino Unido, Vietnã e Indonésia, que conseguiram um acordo com o governo Trump para reduzir o peso (ou até suspender) das tarifas comerciais anunciadas até ao menos 12 de agosto.
O acordo com o Japão envolveu, segundo Trump, a abertura do mercado entre os países e um aporte de US$ 550 bilhões (R$ 3 trilhões) dos japoneses nos EUA nos próximos anos, sendo que 90% dos lucros devem ficar com os americanos.
Além disso, estabeleceu-se que o Japão deverá pagar tarifas de 15% sobre os produtos exportados aos EUA, enquanto os americanos não serão taxados. Antes, o montante era de 27,5%.
O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse nesta quarta-feira, em entrevista à Bloomberg, que o acordo com o Japão poderia ser um modelo para um trato comercial com a União Europeia.
Caso não se chegue a um acordo até 1º de agosto, as autoridades americanas deverão promover um pacote de medidas retaliatórias contra a União Europeia.
Cerca de 200 países devem ser impactados pelas tarifas, mas o governo Trump indicou que está focado principalmente em menos de 20 grandes parceiros comerciais.
Além do Japão, que fechou acordo de taxação comercial de 15% com os EUA, o Reino Unido firmou um acordo de 10%; o Vietnã 20%; a Indonésia 19%; as Filipinas 19%. A China, por sua vez, pode fechar com um acordo de taxação de 30%, o que seria um avanço frente à ameaça de Trump de taxar os chineses em 145%.
Dentre os países que não firmaram acordo com os EUA, o Brasil aparece como um dos maiores ameaçados, com uma taxação preliminar de 50%. Camboja (36%), Tailândia (36%), Canadá (35%), México (30%) e Coreia do Sul (25%) também aparecem entre as nações mais ameaçadas pelos americanos.
Tobin Marcus, executivo da Wolfe Research, classificou a nova tarifa japonesa de 15% como algo mais palpável a ser enfrentado pela maioria dos parceiros comerciais dos EUA.
“A alíquota de 15% no acordo com o Japão parece um novo piso tarifário global, especialmente com o governo caracterizando-a como uma recompensa por grandes concessões do lado japonês”, apontou ele em nota nesta quarta-feira. “Essa alíquota de 15% nos parece praticamente o melhor que a União Europeia pode esperar.”