Donald Trump, presidente dos EUA (Win McNamee/AFP)
Redação Exame
Publicado em 27 de março de 2025 às 11h13.
Última atualização em 27 de março de 2025 às 11h42.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou novas tarifas sobre importações de automóveis na quarta-feira, 26. Os veículos de passeio vindos de fora serão taxados em 25% adicionais.
O republicano disse esperar que a mudança aumente o número de indústrias que produzem veículos dentro dos Estados Unidos. "Isso é muito excitante. Vai levar a um tremendo crescimento na indústria automotiva", disse a jornalistas ao anunciar a mudança, no Salão Oval.
Segundo dados da Casa Branca, quase metade dos veículos vendidos nos Estados Unidos, cerca de 8 milhões de unidades, são fabricados no exterior.
Trump assinou uma proclamação, que muda regras atuais de comércio do país, para colocar as novas tarifas em vigor. Veja a seguir as principais perguntas e respostas sobre a mudança.
As novas tarifas afetarão todos os carros de passageiros importados, como sedãs, SUVs, picapes, minivans e vans de carga.
Além disso, haverá taxas sobre as principais peças dos veículos, como motores, transmissão e componentes eletrônicos.
As taxas sobre os carros prontos passam a valer a 0h01 de 3 de abril, na hora da costa leste dos Estados Unidos (1h01 em Brasília).
As tarifas sobre as autopeças ainda não tem data de início confirmada, mas deverão ser implantadas até o dia 3 de maio.
A tarifa valerá para todos os países que importam carros para os Estados Unidos.
Os países que mais importam veículos para o mercado americano são:
O Brasil atualmente não exporta carros para os EUA, segundo a Anfavea (associação nacional de fabricantes). No entanto, o mercado brasileiro poderá ser afetado por mudanças na produção global de carros. Uma delas é que fabricantes de outros países decidam enviar para cá veículos que antes iriam aos EUA, o que aumentaria a oferta
O presidente diz esperar que a medida estimule a retomada da indústria automotiva americana, que encolheu nas últimas décadas, pois carros fabricados no país ficarão, em tese, mais baratos do que os modelos importados.
Em 1985, os EUA fabricavam o equivalente a 97% do consumo doméstico. Em 2024, a produção nacional caiu para 50% do mercado, e outros 50% são importados.
O governo Trump reclama que outros países cobram tarifas sobre veículos americanos de forma desproporcional e cita com frequência a União Europeia, que taxa em 10% os carros americanos. Os EUA, por sua vez, cobram taxa de 2,5% sobre carros de passeio europeus.
O governo também argumenta que a redução da capacidade de fabricar carros e de inovar no setor automotivo coloca em risco a segurança nacional, pois o país precisa ser capaz de produzir veículos militares de ponta.