Redatora na Exame
Publicado em 14 de fevereiro de 2025 às 10h23.
Última atualização em 14 de fevereiro de 2025 às 10h24.
A relação de proximidade entre o presidente americano Donald Trump e o argentino Javier Milei está ameaçada pelas novas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos.
De acordo com a Bloomberg, a Argentina é um dos países do mundo com as maiores taxas sobre produtos americanos, o que a coloca em sério risco de ser afetada pelas “tarifas recíprocas” anunciadas por Trump nesta semana. O país já foi impactado pelas tarifas de 25% de Trump sobre aço e alumínio.
Essas novas tarifas americanas colocam Milei em um impasse. Apesar da proximidade ideológica com Trump, o presidente argentino está no meio de um esforço para reerguer a economia argentina.
Nos últimos meses, Milei tem enfatizado suas semelhanças com o presidente dos EUA. Ele fez um discurso antiprogressista em Davos, participou de eventos conservadores ao redor do mundo e anunciou sua intenção de deixar a Organização Mundial de Saúde.
Milei conta com um precedente favorável: durante o primeiro mandato de Trump, o ex-presidente argentino Mauricio Macri usou sua amizade com o americano para isentar as empresas argentinas de tarifas sobre o aço.
O líder argentino pode conseguir conversar com Trump cara a cara neste mês, durante sua visita ao evento Conservative Political Action Committee (CPAC).
A dúvida que fica é se essa proximidade ideológica será suficiente para influenciar o presidente americano, que já ameaçou tarifar grandes aliados dos EUA, como União Europeia e Reino Unido. Mesmo Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia, com quem Trump tem uma relação amigável, recebeu ameaças de tarifas.