Donald Trump, presidente dos Estados Unidos, durante reunião em Washington (Andrew Harnik/AFP)
Redação Exame
Publicado em 10 de julho de 2025 às 12h15.
Última atualização em 11 de julho de 2025 às 10h03.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, mas a participação americana na balança comercial brasileira está abaixo de 20% do total, mostram dados do governo brasileiro.
Produtos dos EUA representam cerca de 16% do total importado pelo Brasil. De janeiro a julho deste ano, o país importou US$ 135 bilhões em itens, e US$ 21,6 bilhões vieram dos EUA.
Nas exportações, o Brasil vendeu 20 bilhões em mercadorias aos EUA, cerca de 12% do total das exportações brasileiras, que somaram US$ 165 bilhões, no mesmo período.
O presidente dos Estados Unidos anunciou na quarta-feira, 9, uma tarifa extra de importação de 50% para os produtos brasileiros.
Ele disse que a taxa se deve aos processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e contra redes sociais americanas, além de citar práticas comerciais brasileiras que considera prejudiciais aos EUA. A medida entra em vigor em 1º de agosto e ainda pode ser negociada.
Veja abaixo uma série de perguntas e respostas sobre o comércio entre Brasil e EUA.
De janeiro deste ano até agora, o Brasil vendeu US$ 20 bilhões em produtos aos EUA, e comprou US$ 21,6 bilhões em itens americanos. Assim, os EUA tiveram superávit de US$ 1,6 bilhão na balança comercial. Os dados são da plataforma Comex Stat, do governo brasileiro.
Segundo a Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), os principais itens da pauta de importações brasileiras aos EUA são:
Os principais itens vendidos pelo Brasil para os Estados Unidos são:
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a tarifa média real de importação cobrada pelo Brasil para produtos americanos foi de 2,7% em 2023.
O Brasil compra mais produtos dos EUA. Os americanos tiveram superávit de US$ 1,6 bilhão na balança comercial entre janeiro e julho, segundo dados da plataforma Comex Stat, do governo brasileiro.
Produtos dos EUA representam cerca de 16% do total importado pelo Brasil. De janeiro a julho deste ano, o país importou US$ 135 bilhões em itens, e US$ 21,6 bilhões vieram dos EUA.
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. De janeiro a julho deste ano, o Brasil vendeu 20 bilhões em mercadorias aos EUA, cerca de 12% do total das exportações brasileiras, que somaram US$ 165 bilhões.
O Brasil tem dívidas com diversos bancos, empresas e investidores americanos, mas elas estão em situação de normalidade. Ou seja, o país não tem dívidas em atraso com os credores ou precisa de ajuda para honrar os compromissos.
A Argentina, por exemplo, não tem conseguido pagar suas dívidas e precisou pedir empréstimos com o FMI para quitar o que devia.
O país vende títulos de dívida no exterior, e se compromete a pagar por eles em prazos determinados. Além disso, o Brasil compra títulos de dívida emitidos pelos Estados Unidos, que funcionam da mesma forma.
De acordo com dados da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos (Amcham), o estado de São Paulo é o maior exportador brasileiro para os EUA. No primeiro trimestre de 2025, o estado representou 31% das vendas brasileiras aos americanos. Os itens mais enviados foram sucos de frutas, especialmente de laranja, aeronaves e combustíveis.
Em seguida, vem o Rio de Janeiro, forte exportador de petróleo e aço, seguido por Minas Gerais, Espírito Santo e Rio Grande do Sul.
Trump disse que todos os produtos brasileiros vendidos aos EUA serão taxados em 50%. Assim, se um item custa US$ 100, por exemplo, terá de pagar US$ 50 ao governo americano, ao passar pela alfândega de lá.
Trump disse na carta que as tarifas entrarão em vigor em 1º de agosto. No entanto, para que elas passem a valer de fato ainda é preciso que Trump assine uma ordem executiva ou outro documento oficial, o que ainda não foi feito. Assim, há espaço para negociações.
Sim. Trump disse na carta que as tarifas poderão ser reduzidas ou aumentadas, a depender de decisão dele.
Ainda há dúvida. Na carta, Trump diz que as novas taxas serão cobradas 'separadamente' de outras tarifas setoriais, como a cobrança de 50% pelo aço.
No entanto, em outras ocasiões, o presidente evitou a acumulação de tarifas por país e produto. A questão só será esclarecida quando uma ordem executiva sobre o tema for publicada.