(Omar Sobhani/Reuters)
EFE
Publicado em 5 de maio de 2019 às 11h06.
Cabul - Os talibãs atacaram neste domingo o quartel-general da polícia da província de Baghlan, no norte do Afeganistão, onde primeiro aconteceu uma explosão e agora é possível ouvir disparos.
O porta-voz do governador de Baghlan, Mohammad Haqmal, confirmou à Agência Efe que houve uma explosão em frente ao edifício, mas não quis comentar a respeito da possível entrada de insurgentes no quartel e o enfrentamento com as forças de segurança.
No entanto, imagens difundidas pela emissora afegã "ToloNews" mostram uma grande coluna de fumaça e também é possível ouvir constantes disparos nessa área de Pol-e-Khumri, a capital regional.
O porta-voz talibã, Zabiullah Mujahid, reivindicou no Twitter a autoria da ação e detalhou que se trata de um ataque suicida com um carro-bomba contra o quartel-general da polícia de Baghlan.
A fonte situou em cerca de 100 o número de baixas entre as forças de segurança, mas os insurgentes costumam oferecer informações exageradas sobre o alcance de suas ações.
O ataque acontece depois que 3.200 anciões tribais, líderes políticos e cidadãos influentes se reuniram esta semana em Cabul para analisar possíveis negociações de paz com os talibãs, e pediram um cessar-fogo e um diálogo "intra-afegão".
Nos últimos meses, Washington, que mantém sua presença no Afeganistão como parte da missão da Otan de capacitação e treinamento das tropas afegãs, e os insurgentes talibãs mantiveram seis rodadas de negociação em países do Golfo Pérsico.
No entanto, os talibãs se recusam a realizar conversas com o governo afegão.
Os insurgentes e o governo afegão se reuniram em 2015 no Paquistão em seu primeiro e último encontro até agora, pois o processo foi suspenso pouco tempo depois, quando veio à tona a notícia da morte - que tinha ocorrido dois anos antes - do mulá Omar, o fundador do movimento talibã.
O Inspetor Especial Geral para a Reconstrução do Afeganistão (Sigar, na sigla em inglês) do Congresso dos Estados Unidos, informou nesta semana que deixou de divulgar dados sobre o controle territorial das partes em conflito no país asiático por decisão das tropas internacionais.
Em seu estudo anterior, publicado em janeiro, o Sigar alertava que o controle do governo afegão tinha alcançado seu ponto mais baixo desde que o dado começou a ser contabilizado em 2015, com apenas 54% do território em suas mãos, 12% em poder dos insurgentes e o restante em disputa. EFE