Talibã: a reunião acontecerá nesta sexta-feira em Moscou (Anadolu Agency/Getty Images)
EFE
Publicado em 8 de novembro de 2018 às 14h13.
Cabul - O escritório político dos talibãs confirmou nesta quinta-feira sua participação na segunda rodada de consultas internacionais sobre o conflito no Afeganistão, que acontecerá amanhã em Moscou e na qual, adiantou, não haverá nenhum tipo de negociações com o governo afegão.
Em comunicado, o grupo insurgente afirmou que uma delegação de cinco representantes do Emirado Islâmico, como os talibãs chamam a si próprios, comparecerá à reunião, na qual também estarão presentes representantes do governo do Afeganistão.
O porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, ressaltou a presença da delegação na Rússia como a ocasião para "esclarecer a política do Emirado Islâmico sobre o fim da ocupação do Afeganistão" aos membros que acompanharão a rodada de consultas.
Na nota, Mujahid acrescentou que esta conferência não será para "fazer negociações com nenhuma das partes, pois seu objetivo é tentar encontrar uma solução pacífica para o problema do Afeganistão".
Além disso, os talibãs afirmam que "não haverá negociações de nenhum tipo com a delegação do governo de Cabul".
De acordo com os insurgentes, a participação dos talibãs na reunião fortalece "o status internacional" da organização, ao mesmo tempo em que mostra os resultados da "diplomacia ativa, clara e independente, e a política do Emirado Islâmico no campo político".
A delegação será formada pelo chefe do escritório político talibã, Al Hajj Muhammad Abbas Stanikzai, junto com outros quatro membros da organização, de acordo com a nota.
Segundo o governo da Rússia, a reunião contará com a participação do vice-ministros das Relações Exteriores e enviados especiais de Afeganistão, China, Índia, Irã, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Tadjiquistão, Turcomenistão, Uzbequistão e Estados Unidos.
A reunião na capital russa estava prevista inicialmente para o último dia 4 de setembro, mas foi adiada porque Cabul se negou a participar dela, ao defender um "processo comandado pelos afegãos".