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Taleban quer mudar local para negociações de paz com EUA

Líderes do grupo islâmico linha-dura rejeitaram a oferta do governo de Cabul de negociações diretas

Militantes paquistaneses do Taleban (Tariq Mahmood/AFP)

Militantes paquistaneses do Taleban (Tariq Mahmood/AFP)

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Reuters

Publicado em 6 de janeiro de 2019 às 16h08.

PESHAWAR, Paquistão (Reuters) - O Taleban não comparecerá às negociações de paz com os Estados Unidos na Arábia Saudita neste mês e quer mudar o local do encontro para o Catar, disseram autoridades do grupo neste domingo, opondo-se aos esforços de Riad para incluir o governo afegão nas conversas.

A próxima rodada de negociações, a quarta de uma série de conversas visando encerrar a guerra de 17 anos no Afeganistão, está agendada entre os líderes do Taleban e o enviado especial dos Estados Unidos, Zalmay Khalilzad, para discutir a retirada de forças estrangeiras e um possível cessar-fogo em 2019.

Líderes do grupo islâmico linha-dura rejeitaram a oferta do governo de Cabul de negociações diretas, apesar da crescente pressão internacional em favor do governo afegão apoiado pelo Ocidente sentar-se à mesa.

"Deveríamos nos encontrar com autoridades norte-americanas em Riad na próxima semana e dar continuidade ao processo de paz que não foi concluído em Abu Dhabi no mês passado", afirmou à Reuters um membro sênior do Taleban com sede no Afeganistão, na condição de anonimato.

"O problema é que os líderes da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos queriam que nos encontrássemos definitivamente com a delegação do governo afegão, e o que não podemos fazer agora, e cancelamos a reunião na Arábia Saudita", acrescentou.

Ainda segundo ele, o Taleban quer mudar o local do encontro para o Catar, local das negociações anteriores e onde fica a sede política do grupo militante que luta para restaurar a rigorosa lei islâmica no Afeganistão.

O porta-voz do Taleban Zabihullah Mujahid confirmou que o grupo decidiu cancelar a reunião na Arábia Saudita, mas não forneceu informações sobre um novo local de encontro.

A embaixada dos EUA no Afeganistão não respondeu ao pedido de comentário imediatamente.

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