Justin Trudeau: atual primeiro-ministro canadense enfrenta forte impopularidade (Blair Gable/Reuters)
Reuters
Publicado em 10 de outubro de 2019 às 15h00.
Um primeiro-ministro canadense liberal de sobrenome Trudeau toma posse em meio a um grande entusiasmo público, atrai admiração global, choca-se com um presidente norte-americano imprevisível e passa dificuldades na eleição seguinte.
Esse Trudeau foi Pierre, que chegou ao poder em 1968 e quase o perdeu em 1972.
Quase 50 anos depois, seu filho, Justin, está em situação parecida: o premiê liberal antes popular está em apuros antes da eleição de 21 de outubro.
Trudeau pai, um político extravagante e cheio de estilo, obteve uma vitória esmagadora em 1968. Suas aparições públicas provocavam frenesi nas multidões e deram origem à expressão "Trudeaumania".
Mas quatro anos mais tarde, ao fim de uma campanha eleitoral que muitos zombaram por verem como uma das piores da história do Canadá, ele se manteve no cargo graças à mais estreita das margens e teve que formar um pacto com o partido rival de esquerda Novos Democratas para continuar governando.
Justin Trudeau, de 47 anos, que chegou ao poder em 2015 prometendo "Caminhos Ensolarados", mas agora tenta se livrar de imagens de anos atrás em que aparece com o rosto pintado de negro, também desencadeou uma Trudeaumania internacional. Ele também parece a caminho de um governo de minoria, e analistas preveem que precisará do apoio dos Novos Democratas para governar.
"A semelhança está na decepção com Trudeau pai e agora com Trudeau filho", disse Robert Bothwell, professor da Universidade de Toronto.
"É notavelmente semelhante por causa do magnetismo que ambos mostraram em suas campanhas iniciais".
Os dois premiês tiveram problemas com o ocupante da Casa Branca. No ano passado, o presidente Donald Trump rotulou Justin Trudeau de fraco e desonesto quase 50 anos depois de Richard Nixon usar um epíteto para descrever Pierre Trudeau.
A Trudeaumania de 1968 arrefeceu, como a de agora.
Pesquisas mostram os liberais empatados com o Partido Conservador, a principal força da oposição, e incapazes de tomar a dianteira.