O chefe do Estado-Maior Conjunto americano, Michael Mullen, saúda a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, em 2 de março de 2022, em Taipei (AFP/AFP)
AFP
Publicado em 2 de março de 2022 às 12h07.
Última atualização em 2 de março de 2022 às 12h20.
Os países democráticos não podem "fechar os olhos para a agressão militar" — declarou a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, nesta quarta-feira, 2, advertindo que a ilha enfrenta ameaças similares às enfrentadas pela Ucrânia.
"A história nos ensina que, se fecharmos os olhos para a agressão militar, agravamos a ameaça contra nós mesmos", disse a presidente Tsai Ing-wen em uma reunião com uma delegação de ex-oficiais militares americanos.
Liderada pelo ex-chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, Michael Mullen, a delegação chegou a Taiwan na terça-feira, dia 1º, em um momento de tensões entre Washington e Pequim sobre esta ilha de governo democrático, assim como de crise pela invasão russa à Ucrânia.
Taiwan acompanha de perto a situação na Ucrânia, diante da ameaça constante de sofrer uma invasão por parte da China. Pequim reivindica soberania sobre a ilha e prometeu tomá-la, mesmo à força.
"O compromisso do povo ucraniano com a proteção de sua liberdade e democracia, e sua corajosa dedicação à defensa de seu país, encontraram profunda empatia no povo de Taiwan, porque nós também estamos na linha de frente da batalha pela democracia", frisou Tsai.
A presidente alertou sobre a crescente ameaça militar de Pequim a Taiwan, afirmando que a China chegou a "usar táticas de guerra cognitiva e desinformação para dividir a sociedade taiwanesa".
Desde a eleição de Tsai, em 2016, e por sua rejeição a que a ilha seja parte da China, Pequim intensificou a pressão sobre Taiwan. No ano passado, a China aumentou as ameaças, com aviões militares fazendo incursões quase diárias à zona de defesa aérea taiwanesa.