Prayut Chan-O-Cha: Prayut recebeu o respaldo da monarquia em uma cerimônia em Bangcoc (AFP)
Da Redação
Publicado em 26 de maio de 2014 às 08h45.
O líder da junta militar que assumiu o poder na Tailândia recebeu nesta segunda-feira a aprovação do palácio real para governar o país, durante uma cerimônia que não teve a presença do rei Bhumibol, de 86 anos.
"Com o objetivo de restaurar a paz e a ordem, e pelo bem da unidade do país, o rei nomeou o general Prayut Chan-O-Cha, que terá como missão administrar o país a partir de agora", afirma a ordem real.
A mensagem indica que Prayut havia alertado a casa real que a violência em Bangcoc e em outras regiões do país poderia aumentar e ameaçar a segurança nacional.
Prayut recebeu o respaldo da monarquia em uma cerimônia em Bangcoc.
"Prestei juramento e me comprometi e realizar minha tarefa com honestidade", disse o general à imprensa.
"Esperamos poder resolver os problemas o mais rápido possível para retornar ao sistema democrático", completou.
Ao mesmo tempo, a junta militar ameaçou "intensificar" a resposta aos manifestantes contrários ao golpe de Estado, que prometeram protestar nas ruas.
"Se os opositores voltarem a protestar, vou intensificar a aplicação da lei e serão levados ao tribunal militar", declarou o general Prayut Chan-O-Cha.
No domingo, mais de mil pessoas protestaram em Bangcoc contra o golpe anunciado na quinta-feira.
O general indicou que a junta permanecerá no poder "até que a situação seja resolvida" e não informou se poderia, eventualmente, ser o primeiro-ministro.
Os militares restringiram várias liberdades civis e proibiram as concentrações de mais de cinco pessoas.
A monarquia tailandesa tem como líder o venerado rei Bhumibol Adulyadej, de 86 anos, que está doente, mas que ainda inspira grande respeito entre grande parte dos tailandeses.
O respaldo do monarca, uma verdadeira "bênção", é tradicionalmente um procedimento chave para a legitimação dos recorrentes golpes militares no país: 19, entre os que tiveram sucesso e simples tentativas, desde 1932.
A presença do rei, que não se pronunciou sobre o golpe, não estava prevista na cerimônia, que aconteceu a portas fechadas.