Os atentados do último sábado são os ataques mais sangrentos atribuídos ao movimento separatista islâmico nos últimos anos (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 2 de abril de 2012 às 11h07.
Última atualização em 20 de setembro de 2016 às 17h24.
Bangcoc - As autoridades da Tailândia acusam Sahudin Tohjehma como o líder do grupo separatista muçulmano que no último sábado passado causou 14 mortes em um duplo atentado com bombas no sul do país, informou nesta segunda-feira a imprensa local.
Habitante da província de Yala, onde 11 pessoas morreram em uma dupla explosão, Sahudin é acusado de ser o líder do grupo responsável pelos ataques do último sábado, que também fizeram vítimas na cidade turística de Hat Yai, onde três hóspedes de um hotel morreram após a explosão de um carro-bomba.
Em Yala, capital da província de mesmo nome, centenas de pessoas ficaram feridas ao se aproximarem do local onde ocorreu a explosão da primeira bomba, já que, depois de poucos minutos, uma segunda explosão foi registrada no mesmo local.
Apesar de ter resultado apenas três mortes, a explosão registrada em um hotel da cidade de Hat Yai, situada na província de Songkla, deixou cerca de 350 pessoas feridas.
Depois de divulgar a imagem do suposto líder, os agentes de segurança buscam outros sete veículos roubados pelo grupo para, supostamente, efetuar novos ataques.
A primeira-ministra da Tailândia, Yingluck Shinawatra, viajou nesta segunda até a região para visitar os 12 feridos que seguem internados no hospital de Hat Yai, entre eles um bebê de um ano.
O pai da criança trabalhava no estacionamento do hotel Lee Gardens Plaza, onde ocorreu a explosão do carro-bomba que resultou na morte de três hóspedes.
Os atentados do último sábado são os ataques mais sangrentos atribuídos ao movimento separatista islâmico nos últimos anos.
Nesta segunda, na província de Pattani, outro ataque, supostamente efetuado pelo mesmo grupo, deixou quatro pessoas gravemente feridas, sendo um chefe local e três voluntários de segurança. As autoridades viajam em um carro quando uma bomba foi detonada na beira da estrada.
Após a explosão, alguns supostos militantes do grupo separatista ainda dispararam contra o mesmo veículo antes de fugir.
Apesar do desdobramento de 31 mil agentes das forças de segurança e do estado ter considerado o episódio como 'uma exceção', as províncias de Pattani, Narathiwat e Yala são vítimas de ataques quase que diariamente.
Desde que o movimento separatista islâmico, formado por pequenos grupos terroristas, retomou a luta armada em janeiro de 2004, aproximadamente 5,3 mil pessoas já morreram por causa da violência na região.
Os insurgentes denunciam a discriminação que sofrem por parte da maioria budista do país e também exigem a criação de um Estado islâmico envolvendo essas três províncias, que, por sinal, configuraram o antigo sultanato de Pattani, uma região anexada pela Tailândia há um século.