(Simona Granati/Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 6 de fevereiro de 2024 às 10h14.
O governo da Tailândia pretende aprovar com caráter de urgência uma lei para proibir o uso recreativo da maconha, quase dois anos depois de descriminalizar o uso da substância, informou o ministro da Saúde. O governo anterior, que contava em sua coligação com um partido pró-legalização, retirou em junho de 2022 a maconha da lista de narcóticos proibidos.
Desde então, centenas de negócios de venda de cannabis proliferaram de forma descontrolada no país, em particular na capital Bangkok, onde é possível comprar maconha com vendedores ambulantes. O fenômeno gerou críticas de alguns setores, que desejam uma legislação mais rigorosa.
O ministro Chonlanan Srikaew afirmou que a nova lei para proibir o uso recreativo de maconha será apresentada na próxima semana.
— A nova lei vai alterar a atual para permitir o uso de cannabis apenas com fins de saúde e medicinais — disse o ministro. — O uso recreativo será considerado incorreto.
O primeiro-ministro Srettha Thavisin, que assumiu o cargo em agosto, declarou diversas vezes que é contrário ao uso recreativo do narcótico.
O debate ressurgiu no fim de semana passado, depois que espectadores de um show em Bangkok da banda britânica Coldplay reclamaram nas redes sociais que "todo o show tinha cheiro de maconha".
A Tailândia já teve leis severas em relação à droga. No entanto, com a liberação em junho de 2022, uma indústria nacional apareceu da noite para o dia, especialmente nas zonas turísticas. Menos de um ano depois, havia cerca de 12 mil produtores registrados – segundo algumas estimativas, mais do que nos Estados Unidos.
Um atrativo óbvio para os investidores é que a indústria tailandesa da cannabis combina perfeitamente com uma fonte principal de clientes: os turistas, que já chegaram a quase 40 milhões anualmente antes da pandemia. Produtores afirmam que o grupo é o principal consumidor.
No entanto, a legislação tailandesa ainda não aprovou uma lei para esclarecer os limites jurídicos, mantendo a indústria em um limbo regulamentar. Todas as vendas ainda são tecnicamente para fins médicos, mesmo que a cannabis seja amplamente utilizada na prática como droga para festas, e as importações ilegais tenham se tornado tão comuns que algumas lojas as anunciam abertamente.