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Tailândia abriga maior mercado ao ar livre do mundo

Lembrancinhas da Tailândia, roupa de estilistas independentes, móveis e até animais ilegais: tudo isso pode ser encontrado dentro deste labirinto


	Chatuchak: hoje, seus mais de 27 hectares abrigam, aproximadamente, oito mil lojinhas
 (Dario Pignatelli / Bloomberg)

Chatuchak: hoje, seus mais de 27 hectares abrigam, aproximadamente, oito mil lojinhas (Dario Pignatelli / Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2016 às 09h43.

Bangcoc - Todos os fins de semana, o mercado de Chatuchak, o maior do mundo ao ar livre, ganha vida em Bangcoc e recebe 200 mil visitantes por dia, vindos de todas partes e sabendo que neste lugar tudo pode acontecer.

Lembrancinhas da Tailândia, roupa de estilistas independentes, móveis e até animais ilegais: tudo isso pode ser encontrado dentro deste labirinto em forma de shopping popular por cujos corredores se misturam cores, cheiros e sons.

A multidão que se dirige a esse excêntrico lugar pode ser vista já da estação de trem de Mo Chit, no norte da cidade.

Tawin, uma senhora de 80 anos, ganha a vida vendendo peixe temperado no Chatuchak, uma "receita secreta" que só seus filhos e netos conhecem.

Segundo ela, "as coisas não vão tão bem" quanto no passado, apesar de a grande movimentação de turistas estrangeiros, atraídos pela fama do mercado, ajudar a aumentar as vendas.

"Agora, os tailandeses não querem gastar dinheiro e muitas lojas estão fechando", explicou.

Os vendedores do mercado aparentam ser um dos poucos que não aumentaram os preços, no entanto, a jovem Titrapa, tailandesa de 17 anos, se queixa que comer no Chatuchak é "muito caro" para uma pessoa de classe média.

"Além do mais, os banheiros e as áreas comuns não são boas. Com tanta gente circulando, os sanitários são mal cuidados e insuficientes", criticou.

O Chatuchak foi fundado em 1942 por Plaek Pibunsongkhram, antigo primeiro-ministro, que tinha a ideia de implantar um mercadinho ao ar livre em cada cidade da Tailândia.

Hoje, seus mais de 27 hectares abrigam, aproximadamente, oito mil lojinhas distribuídas metodicamente por categorias de produto e delimitadas em seções.

Para Jane, de 30 anos, ir ao mercado todos os fins de semana para vender bonés e mochilas é uma felicidade, pois de segunda a sexta-feira ela trabalha como administradora.

"Há quatro anos venho sem falta ao Chatuchak. Gosto muito de lidar com as pessoas, principalmente com os estrangeiros, que são super simpáticos", comentou.

A verdade é que o mercado nunca para. Se durante a semana o foco é a venda de flores e plantas, nos finais de semana o mercado popular se volta para o comércio por atacado.

Desde a sua criação, este grande mercado passou por diferentes locais da cidade, começando por Sanam Luang e Sanam Chai, nos primeiros 30 anos, e terminando nos limites do Parque Chatuchak, época na qual ganhou a denominação atual e onde permanece.

Em 2013, a SRT, a companhia pública ferroviária e proprietária do terreno, ameaçou fechar o emblemático mercado se os comerciantes não aceitassem o aumento do aluguel, mas o assunto não foi adiante.

Contudo, Darara, que há mais de três décadas trabalha em uma barraca de plantas em Chatuchak, conta que antes pagava 1.000 baht (pouco mais de R$ 100) de aluguel e que o valor aumentou dez vezes desde 1985.

Phillip e Laura, recém-chegados de Frankfurt, repetem a experiência em Chatuchak após a primeira visita há apenas um ano.

"Esse lugar é muito especial", disse ela, contando com entusiasmo como se diverte caminhando entre os estreitos corredores.

"De repente você está vendo uma pashmina de seda e assim que olha para trás se depara com uma tartaruga gigante comendo alface dentro de uma jaula", destacou.

Perguntada sobre o que o Chatuchak tem de mais estranho, a velha comerciante Tawin, que também ajuda os netos em uma barraca de bebidas naturais, repete a pergunta várias vezes antes de responder: "Para mim, nada aqui é estranho. A pergunta deveria ser 'o que é estranho?'", respondeu com um franco sorriso no rosto.

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