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Suspensão do Paraguai na Unasul é anulada

A entidade tinha suspenso o país após a destituição do então presidente Fernando Lugo em junho de 2012

Presidente peruano Ollanta Humala em coletiva de imprensa da Unasul em Lima   (AFP / Ernesto Benavides)

Presidente peruano Ollanta Humala em coletiva de imprensa da Unasul em Lima (AFP / Ernesto Benavides)

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Da Redação

Publicado em 10 de agosto de 2013 às 16h42.

Lima - A União das Nações Sul-americanas (Unasul) anulou a suspensão da participação do Paraguai nos organismos do bloco subregional, medida que será aplicada a partir de 15 de agosto, quando o novo governo do país tomar posse.

"O Peru, no exercício da Presidência temporária da União de Nações Sul-americanas (Unasul), comunica que no dia 9 de agosto foi adotada a Decisão do Conselho de Chefes de Estado da Unasul que torna sem efeito a suspensão da participação do Paraguai nos órgãos e instâncias da União", declarou em um comunicado a chancelaria peruana.

A entidade tinha suspenso o Paraguai após a destituição do então presidente Fernando Lugo em junho de 2012 e tinha condicionado o retorno deste país ao bloco regional à celebração de eleições transparentes e democráticas. Uma decisão similar havia sido tomada na mesma data pelos países do Mercosul.

Na nota da chancelaria peruana, a Unasul lembra que a Missão de Acompanhamento Eleitoral da Unasul no Paraguai entregou seu relatório em julho sobre o processo eleitoral paraguaio em abril, quando Horacio Cartes, candidato do conservador Partido Colorado, foi eleito.

Presidida pelo peruano Salomón Lerner, a missão constatou "que as eleições presidenciais aconteceram com total normalidade e com ampla participação cidadã, razão pela qual concordaram em retirar a suspensão", diz a nota.

Milionário do setor do tabaco e dirigente esportivo de 56 anos, Cartes venceu a disputa pela Presidência com o senador governista Efraín Alegre.

Sua vitória devolveu o poder ao Partido Colorado, hegemônico durante sessenta anos até 2008 e pilar da ditadura de Alfredo Stroessner (1954-89).


O ex-presidente Lugo, de Lugo, de 62 anos, foi destituído pelo Parlamento após um polêmico julgamento político no qual foi acusado de "mau desempenho de suas funções" e substituído pelo vice, Federico Franco, em uma decisão que foi deslegitimada pela Unasul e o Mercosul.

Na época, os onze países da Unasul também ordenaram a retirada de seus embaixadores de Assunção, uma medida ainda mantida por Brasil, Argentina, Uruguai, Bolívia, Equador e Venezuela.

O Mercosul, integrado além do Paraguai por Brasil, Argentina e Uruguai, também anunciou em 13 de julho que anulará a suspensão do Paraguai no bloco, assim que Cartes assumir. Além de sancionar o Paraguai, o bloco decidiu na mesma época pelo ingresso da Venezuela, que vinha sendo negado pelo Congresso paraguaio desde 2006.

Durante uma cúpula em Montevidéu, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, disse que a presidência pró-tempore de seu país tem como missão "imediata" a reincorporação do Paraguai e disse ter "a maior vontade" de superar os problemas com o governo de Assunção.

Mas Cartes anunciou que seu país não planeja voltar ao Mercosul enquanto a Venezuela se mantiver na presidência rotativa.

Apesar disso, a chegada ao poder de Cartes poder levar à superação do isolamento que o Paraguai vem sofrendo dentro do continente depois da destituição de Lugo.

O presidente peruano, Ollanta Humala, já anunciou que comparecerá à cerimônia de posse. Também o fizeram os presidentes de Brasil, Chile, Uruguai e Taiwan, assim como representantes de organismos multilaterais.

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