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Suspensa do Mercosul, Venezuela diz que participará de reunião

"Continuamos exercendo a presidência rotativa do Mercosul até que se deem as condições para a transferência", disse a ministra

Mercosul: a chanceler decidiu ir a Buenos Aires para fazer parte do encontro (Norberto Duarte/AFP)

Mercosul: a chanceler decidiu ir a Buenos Aires para fazer parte do encontro (Norberto Duarte/AFP)

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EFE

Publicado em 14 de dezembro de 2016 às 09h38.

Última atualização em 14 de dezembro de 2016 às 14h50.

Buenos Aires - A chanceler venezuelana, Delcy Rodríguez, afirmou nesta quarta-feira em Buenos Aires que os outros países "insistem" para que a Venezuela não participe da reunião do Mercosul realizada na capital argentina, mas que entrará "pela janela", já que chegou para "defender os direitos" do país, cessado do bloco no início do mês.

"Continuamos exercendo a presidência rotativa do Mercosul até que se deem as condições para a transferência", disse a ministra à imprensa na porta da Chancelaria argentina, onde se realiza a XI Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum (CMC), rodeada de polêmica após o chanceler paraguaio, Eladio Loizaga, ter dito que Rodríguez não havia sido convidada.

A diplomata venezuelana, que esteve acompanhada de David Choquehuanca, representante da Bolívia - país em processo de adesão ao Mercosul -, fez as declarações depois de se reunir na sede do Ministério com a colega argentina, Susana Malcorra, que pediu a ela, como país anfitrião, que se abstenha de se apresentar na reunião do CMC.

"A chanceler Malcorra me pediu, como país anfitrião, que eu não esteja presente na reunião. Insistem para que não participemos da reunião, mas entraremos pela janela porque viemos para defender os direitos da Venezuela", afirmou Rodríguez.

Após os poucos minutos com a imprensa, a diplomata escreveu uma mensagem no Twitter com a qual confirmou a intenção de participar da reunião.

"Já estamos na reunião do Mercosul esperando pelos chanceleres de Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai", expressou, junto a uma foto na qual é vista esperando em uma sala da Chancelaria argentina junto a Choquehuanca.

Cerca de 50 manifestantes se instalaram em frente ao edifício para expressar apoio à Venezuela. O país, que em 2012 se uniu oficialmente ao bloco, foi cessado no início do mês por não ter cumprido o Protocolo de Adesão, uma decisão que o governo de Nicolás Maduro rejeitou ao considerá-la "ilegal", enquanto insiste em que continuar exercendo a presidência semestral do grupo.

Loizaga disse na terça-feira que após Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, os Estados-membros, terem decidido cessar a Venezuela de seus direitos no dia 2 de dezembro, o país "não pode participar dessa reunião".

No entanto, a chanceler Rodríguez decidiu ir a Buenos Aires para fazer parte do encontro, ao considerar que a Venezuela também é parte do Mercosul.

"Está se atentando contra a decisão dos povos. Contra os direitos da Venezuela. É muito difícil pertencer a um grupo, o Mercosul, quando não existe segurança jurídica", ressaltou Rodríguez em discurso à imprensa na porta do Ministério argentino.

Na reunião do CMC, que segundo a legislação é integrado pelos chanceleres ou ministros de Economia dos Estados-membros, está prevista a discussão do plano de ação para o primeiro semestre de 2017, sob a presidência temporária da Argentina.

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