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Suspeitos do caso de escravas eram maoístas, diz BBC

O casal suspeito de manter como escravas domésticas três mulheres em uma casa de Londres durante mais de 30 anos era de ativistas maoístas, diz a BBC


	O detetive Kevin Hyland participa de uma entrevista coletiva em Londres: segundo os depoimentos das mulheres, as três passaram mais de 30 anos detidas
 (BEN STANSALL/AFP)

O detetive Kevin Hyland participa de uma entrevista coletiva em Londres: segundo os depoimentos das mulheres, as três passaram mais de 30 anos detidas (BEN STANSALL/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de novembro de 2013 às 16h30.

Londres - O casal suspeito de manter como escravas domésticas três mulheres em uma casa de Londres durante mais de 30 anos era de ativistas maoístas, revelou nesta segunda-feira a "BBC".

Segundo a emissora britânica, os sequestradores são Aravindan Balakrishnan, de origem indiana, e sua mulher, Chanda, oriunda da Tanzânia. Ambos foram vinculados a um centro maoísta do bairro de Brixton, no sul de Londres, nos anos 70.

Aparentemente, os dois eram destacados ativistas do Mao Zedong Memorial Centre, que nos anos 70 foi inspecionado pela polícia em uma operação na qual cinco pessoas foram detidas, entre elas os supostos sequestradores das três mulheres.

A Scotland Yard, que não confirmou nem negou os nomes do casal, informou hoje que a idade do homem suspeito é 73 anos e não 67, como foi informado na semana passada, e que a investigação foi ampliada para 13 domicílios na capital.

Aravindan Balakrishnan, que nos anos 70 era conhecido como o "camarada Bala" em círculos políticos de extrema esquerda, foi expulso em 1974 do Partido Comunista da Inglaterra, onde tinha chegado a ser membro de seu comitê central, por romper a disciplina da organização, segundo relatam veículos de imprensa britânicos.

Balakrishnan abriu então uma livraria em Brixton e transformou o local em uma comuna, assim como no centro de operações de um novo grupo político, que chamou Instituto de Trabalhadores de Pensamento Marxista-Leninista Maoísta, que se definia como multirracial e insistia que as mulheres deveriam assumir papéis de comando.

A história das mulheres supostamente escravizadas - uma malaia de 69 anos, uma irlandesa de 57 e uma britânica de 30 - veio a público na quinta-feira passada, quando os dois supostos sequestradores foram detidos, apesar de foram postos um dia depois em liberdade pagando uma fiança até o janeiro próximo.

Segundo os testemunhos das mulheres, passaram mais de 30 anos detidas contra sua vontade em uma casa.

As três foram resgatadas no passado 25 de outubro depois que a irlandesa fez uma ligação, em 18 de outubro, à ONG "freedom Charity" que, por sua vez, informou da situação à polícia de Londres.

A polícia informou que as três sofreram abusos emocionais e físicos e que está se tentando definir quais foram as "algemas invisíveis" que as mantiveram trancadas tanto tempo.

Segundo o jornal "Evening Standard", os serviços sociais britânicos foram alertados há 15 anos da situação da mais jovem das três mulheres diante das suspeitas de que nunca tinha ido ao colégio.

Os serviços sociais do bairro londrino de Lambeth, ao qual pertence Brixton, estiveram em contato com ela pelo menos em outras duas ocasiões, em 2010 e 2011, quando precisou visitar um hospital, segundo o veículo.

As três estão sendo cuidadas e atendidas atualmente por uma ONG britânica em um lugar seguro, segundo a "Freedom Charity".

As forças da ordem disseram no fim de semana que é um caso muito complexo e que as três conheceram seus sequestradores porque partilhavam da mesma "ideologia política".

Além disso, todos começaram a viver juntos em um "regime coletivo" na casa, mas "de alguma maneira esse regime de coletividade chegou ao fim", divulgou a polícia de Londres.

A fundadora da ONG "Freedom Charity" (dedicada a ajudar crianças vulneráveis), Aneeta Prem, assegurou que as mulheres viviam em "horríveis condições" na casa.

Atualizada às 17h30 de 25/11/2013

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