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Suspeito preso por ataque em Berlim pediu asilo no país

Fonte de segurança disse que ele tem 23 anos, era conhecido da polícia por ter cometido pequenos delitos

Atentado em Berlim: caminhão atingiu barracas de madeira que serviam comida e bebida aos pés da igreja memorial Kaiser Wilhelm (Fabrizio Bensch/Reuters)

Atentado em Berlim: caminhão atingiu barracas de madeira que serviam comida e bebida aos pés da igreja memorial Kaiser Wilhelm (Fabrizio Bensch/Reuters)

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Reuters

Publicado em 20 de dezembro de 2016 às 11h55.

Berlim - O homem preso pela polícia sob suspeita de ter matado 12 pessoas ao jogar um caminhão contra uma multidão em um mercado natalino lotado de Berlim era um postulante a asilo na Alemanha, informou o governo alemão nesta terça-feira, o que levou a cobranças por uma restrição à imigração.

O caminhão atingiu barracas de madeira que serviam comida e bebida aos pés da igreja memorial Kaiser Wilhelm, uma das atrações turísticas mais famosas da antiga Berlim Ocidental, na noite de segunda-feira. Além dos mortos, 48 pessoas ficaram feridas, 18 delas gravemente.

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, disse que o homem preso, que negou envolvimento, provavelmente é do Paquistão e estava solicitando asilo.

Uma fonte de segurança disse que ele tem 23 anos, era conhecido da polícia por ter cometido pequenos delitos e vinha se hospedando em um centro de refugiados no hoje fechado aeroporto de Tempelhof.

A chanceler alemã, Angela Merkel, disse a repórteres: "Ainda há muita coisa que não sabemos com certeza suficiente, mas precisamos, no pé em que as coisas estão agora, presumir que foi um ataque terrorista".

Merkel acrescentou: "Sei que seria especialmente duro para todos nós suportar se for confirmado que a pessoa que cometeu este ato era alguém que procurava proteção e asilo".

Mais tarde, em um desdobramento surpreendente, o jornal Die Welt citou fontes de segurança segundo as quais o homem preso não seria o responsável.

"Estamos com o homem errado", disse uma autoridade da polícia ao jornal. "E, assim sendo, uma nova situação. O verdadeiro perpetrador ainda está armado, à solta e pode causar novos estragos".

O chefe de polícia de Berlim disse não estar claro se o homem preso era o motorista. A polícia disse no Twitter: "O suspeito preso temporariamente nega o delito. Portanto estamos particularmente em alerta. Por favor também fiquem em alerta".

O ataque desencadeou exigências imediatas de mudança nas políticas imigratórias de Merkel, graças às quais mais de um milhão de pessoas em fuga de conflitos e da pobreza no Oriente Médio, na África e em outras regiões chegaram à Alemanha neste ano e no anterior.

"Precisamos dizer que estamos em estado de guerra, embora algumas pessoas, que sempre só querem ver o bem, não queiram vê-lo", disse Klaus Bouillon, ministro do Interior do Estado de Sarre e membro do Partido Social-Democrata (CDU), de Merkel.

O jornal Die Welt disse que o homem ao volante do caminhão saltou da cabine do veículo e correu pela rua na direção do Tiergarten, um grande parque no centro de Berlim, e que várias testemunhas ligaram para a polícia para informar --incluindo uma pessoa que perseguiu o suspeito enquanto falava ao telefone, atualizando constantemente os policiais sobre seu paradeiro.

O incidente trouxe lembranças de um ataque de julho em Nice, na França, quando um tunisiano dirigiu um caminhão de 19 toneladas ao longo da calçada da praia, atropelando pessoas que assistiam à queima de fogos no Dia da Bastilha. O ataque reivindicado pelo Estado Islâmico matou 86 pessoas.

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