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Suspeito por desaparecimento de Maddie McCann vai a julgamento por outro caso

Desde sua vinculação ao caso Maddie, a Justiça alemã quase não divulgou informações sobre o homem de 47 anos, que será julgado em Brunswick, no norte

Madeleine McCann: menina, que na época tinha 3 anos, desapareceu enquanto dormia.  (Peter Macdiarmid/Getty Images)

Madeleine McCann: menina, que na época tinha 3 anos, desapareceu enquanto dormia. (Peter Macdiarmid/Getty Images)

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 14 de fevereiro de 2024 às 09h59.

Última atualização em 14 de fevereiro de 2024 às 10h33.

O principal suspeito pelo desaparecimento da menina britânica Madeleine McCann há quase 17 anos, em Portugal, será julgado a partir de sexta-feira, 16, na Alemanha por outras acusações de crimes sexuais.

Desde sua vinculação ao caso Maddie, a Justiça alemã quase não divulgou informações sobre o homem de 47 anos, que será julgado em Brunswick, no norte.

Identificado pelo tribunal como Christian B., o alemão será submetido a um julgamento de vários meses por agressões sexuais e estupros cometidos entre 2000 e 2017 em Portugal.

A sua indicação em 2020 como principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann foi um ponto de virada nesta investigação internacional com várias reviravoltas, pistas e hipóteses falsas.

Em um caso que ganhou atenção mundial, Maddie desapareceu em 2007, pouco antes de completar quatro anos, na Praia da Luz, turística localidade do Algarve, extremo-sul de Portugal.

Christian B. não foi formalmente acusado do desaparecimento da menina, mas foi a investigação do caso que o levou ao julgamento por crimes sexuais, disse Christian Wolters, porta-voz da promotoria de Brunswick.

"Sem a investigação do caso Maddie, estes supostos crimes não viriam à tona", disse à AFP.

Silêncio do acusado

O acusado cumpre atualmente uma pena de sete anos de prisão na Alemanha por estuprar, em 2005, uma americana, então com 72 anos, na Praia da Luz, a mesma localidade onde a família de Madeleine McCann passava férias.

Em um dos casos julgados a partir de sexta-feira, ele é suspeito de abusar sexualmente de uma alemã de 10 anos em uma praia, em abril de 2007, meses antes do desaparecimento de Maddie.

Outra acusação contra ele é por exibicionismo a uma menina portuguesa de 11 anos em um parque infantil.

Ele também será julgado pelos estupros de uma septuagenária, amarrada e espancada em seu apartamento de veraneio; de uma menina de 14 anos, que ele amordaçou em um pilar de madeira na casa dela, e de uma irlandesa de 20 anos, cuja casa ele invadiu pela varanda.

O advogado de Christian B., Friedrich Fülscher, afirmou que o seu cliente optou por se defender permanecendo em silêncio, mas que isso "não significa que ele tenha algo a esconder".

"Garantir um processo justo será a maior dificuldade: a condenação do acusado pela imprensa não têm precedentes", disse o advogado à AFP.

Testemunhas, manuscritos

Entre as provas que a acusação apresentará estão depoimentos de testemunhas e cadernos apreendidos na casa do suspeito, disse Christian Wolters. Essas notas manuscritas e esboços dão uma ideia das "fantasias sexuais" do acusado, disse ele.

Maddie desapareceu do quarto do complexo turístico onde sua família passava as férias enquanto seus pais jantavam nas proximidades.

O seu desaparecimento desencadeou uma intensa campanha internacional para encontrá-la. As fotos da menina, com os cabelos castanhos cortados na altura dos ombros e os grandes olhos claros, correram o mundo.

As suspeitas contra Christian B., anunciadas oficialmente há quase quatro anos, reavivaram a esperança de seus pais, Gerry e Kate, de finalmente avançarem na investigação.

As investigações arrastaram-se por anos até que as autoridades encontraram este alemão, que vivia a poucos quilômetros do hotel onde estava a família McCann.

Nesta nova fase da investigação, a polícia portuguesa realizou buscas em maio de 2023 perto de um reservatório de água no sul de Portugal, a pedido das autoridades alemãs.

Novos "elementos" foram encontrados, disse a promotoria de Brunswick, embora "ainda seja muito cedo" para determinar se estão ligados ao desaparecimento da menina.

Os promotores alemães afirmam ter "provas concretas" da morte de Madeleine.

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