Mundo

Supremo abre inquérito contra deputada Jaqueline Roriz

Para o ministro Joaquim Barbosa, há indícios de prática de crime pela deputada

Joaquim Barbosa vota a favor da Ficha Limpa (WIKIMEDIA COMMONS)

Joaquim Barbosa vota a favor da Ficha Limpa (WIKIMEDIA COMMONS)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2011 às 19h46.

Brasília - O ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF), abriu hoje um inquérito para investigar a deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em uma gravação de 2006 recebendo dinheiro do delator do esquema do mensalão do DEM, Durval Barbosa. As imagens foram reveladas recentemente pelo portal do jornal O Estado de S. Paulo.

Para o ministro Joaquim Barbosa, há indícios de prática de crime. Por esse motivo, ele determinou a instauração do inquérito, que foi pedida pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel. "Diante da existência de indícios da prática de crime pela investigada, determino o prosseguimento do inquérito e defiro as diligências requeridas pela Procuradoria-Geral da República", afirmou o ministro.

As diligências requeridas por Gurgel são as seguintes: oitiva de Jaqueline Roriz e degravação e perícia da fita na qual estão as imagens da parlamentar recebendo o dinheiro. Elas deverão ser realizadas pela Polícia Federal num prazo de 30 dias.

Segundo Joaquim Barbosa, o procurador-geral sustenta que a parlamentar teria recebido propina em 2006 do então candidato ao governo do Distrito Federal, José Roberto Arruda. O compromisso seria de que Jaqueline não pediria votos a favor da coligação da candidata Maria de Lourdes Abadia, que era sua companheira de partido. O esquema de propina foi divulgado em 2009 e Arruda, que na época era governador, chegou a ser preso.

De acordo com o ministro do STF, o procurador-geral juntou ao pedido de abertura de inquérito depoimentos prestados por Durval Barbosa e uma gravação fornecida por ele com a cena na qual Jaqueline aparece recebendo R$ 50 mil. Os recursos teriam sido obtidos junto a prestadores de serviços de informática do governo do Distrito Federal, de acordo com o inquérito.

Além das diligências determinadas por Joaquim Barbosa, outras poderão ser realizadas no futuro. Ao final da investigação, se o Ministério Público Federal concluir que há indícios suficientes contra a deputada, poderá denunciá-la. Se a denúncia for aceita pelo STF, Jaqueline Roriz passará a ser ré num processo criminal. Por ser deputada federal ela tem direito ao foro privilegiado. Ou seja, somente pode ser investigada e processada perante o Supremo.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoEscândalosFraudesJustiçaPolítica

Mais de Mundo

Quais países têm salário mínimo? Veja quanto cada país paga

Há chance real de guerra da Ucrânia acabar em 2025, diz líder da Conferência de Segurança de Munique

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro

Partiu, Europa: qual é o país mais barato para visitar no continente